O “preço” do desmonte da Petrobrás

Em outubro do ano passado, a Petrobrás anunciou uma nova política de preços, determinando que a companhia não praticasse preços abaixo da paridade internacional e determinando reajustes mensais dos valores dos combustíveis. Pouco tempo depois, o que era ruim ficou ainda pior: em junho desse ano a empresa autorizou reajustes diários.

O consumidor já sentiu no bolso os efeitos dessa mudança. O preço da gasolina, do diesel e do gás de cozinha subiram e os reajustes já são parte do cotidiano da vida dos brasileiros.

O que está por trás dessa nova política de precificação? Certamente, a submissão da maior empresa brasileira aos interesses dos acionistas estrangeiros e dos bancos.

O resultado disso não é só o encarecimento dos combustíveis, mas também o desmonte da maior empresa nacional, redução dos investimentos no país e a diminuição da geração de empregos, em todo Brasil.

Em um passado não muito distante, na época da modernização, a Revap, em São José, chegou a empregar mais de 10 mil trabalhadores. O objetivo da Petrobrás era garantir a produção nacional de combustíveis para suprir a necessidade do mercado interno, priorizando compra de equipamentos de empresas brasileiras para movimentar a economia e gerar empregos no país.

É exatamente esse o perfil que queremos de volta.  Uma Petrobrás voltada para os interesses do Brasil e dos brasileiros. Que priorize os fornecedores locais, para garantir a geração de empregos, e viabilize a produção nacional de combustíveis com uma política de preços que leve em conta a realidade dos brasileiros.

 

* Rafael Prado, presidente do Sindicato dos Petroleiros de São José dos Campos e Região e diretor da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).
Artigo publicado, originalmente, no jornal "O Vale".

 

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