Treta no ACT é “bode na sala” para reforma trabalhista

Parágrafo NOVO na cláusula que trata de excedente de pessoal é considerado, pela direção da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), como uma espécie de “bode na sala” para conseguir implementar a reforma trabalhista no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

Em ofício enviado ao RH nesta quarta-feira (13), FNP exige mudança do parágrafo referido da Cláusula 42, destacado abaixo:

"Parágrafo 2º – A Companhia não promoverá despedida coletiva ou plúrima, motivada ou imotivada, nem rotatividade de pessoal (turnover), sem prévia comunicação à FUP e aos Sindicatos.

I. Excetuam-se do previsto no parágrafo acima os planos de demissão voluntária ou incentivada, bem como os processos de movimentação interna dos empregados."

Em outras palavras, a inserção do parágrafo viabiliza a implantação da reforma trabalhista no ACT.  A cláusula abre espaço, assim, para a empresa demitir em massa. Isso é o que acontecerá com a força de trabalho, caso a empresa se desfaça de ativos.

Direção da Petrobrás também manteve outros “bodes” no ACT, como o reajuste por IPCA em 2018. Por isso, a FNP vai indicar rejeição da proposta nas assembleias das suas bases, previstas para acontecer entre os dias 14 e 22 de dezembro, além de indicativo de greve no dia 3 de janeiro.

Para a FNP, a proposta também ataca os direitos conquistados pelos trabalhadores com muita luta e representação sindical. Na opinião de Fábio Mello, diretor da FNP e do Sindipetro-LP, por exemplo, "a proposta coloca em jogo o Benefício Farmácia, que funciona de forma plena, agora, passa a ser um modelo limitado”, avaliou.

Portanto, há o reconhecimento que a proposta teria extrema consonância com as demissões em massa, vendas de ativos, terceirização da produção e entrega da Petrobrás ao capital internacional.  

Agora, a categoria petroleira vai decidir se proposta apresentada será a última. A FNP continuará realizando reuniões para definir os próximos passos e convoca todos os petroleiros a participar das assembleias.

Leia minuta da proposta para o ACT 2017, aqui, enviada nesta quarta para a FNP.

Batalha travada

RH recua e aceita sentar com a FNP para esclarecer pontos na AMS e no Benefício Farmácia. Reunião acontecerá na próxima quinta-feira (14), a partir das 14 horas, no Edifício Sede da Petrobrás (Edise).

Ainda nesta quarta-feira, em meio a reunião da direção executiva da FNP, a Federação enviou um ofício para o RH com uma lista de questionamentos sobre AMS e Benefício Farmácia. Agora, espera-se que os pontos sejam esclarecidos na reunião marcada.

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