A luta por uma Petrobrás 100% Pública e Estatal e pelo retorno do monopólio estatal do petróleo ganhará um importante capítulo no próximo dia 24 de agosto. Uma coluna de petroleiros, encabeçada pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), realizará um ato em frente ao Ministério de Minas e Energia, em Brasília, para protestar contra a 11ª rodada de leilões de áreas de petróleo e gás.
Pelas informações ventiladas na mídia, a expectativa é que o Governo entregue de mão beijada às multinacionais parasitas, ainda este ano, nada menos do que 174 blocos de petróleo nas regiões Norte e Nordeste do País. A Petrobrás chegou a pedir ao Governo o adiamento da rodada para 2012.
A razão seria o ?desinvestimento? deste ano, fato que segundo a companhia a deixaria fragilizada para disputar os blocos no leilão.
No entanto, do outro lado, a indústria do petróleo luta para que isso não ocorra e que ainda este ano seja feita a 11ª rodada. O ministro Edison Lobão, em entrevistas à grande imprensa, não parece disposto a adiar os leilões. O lobby mais intenso parte do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis(IBP), entidade que representa os interesses de empresas como a OGX Petróleo e Gás (de Eike Batista), Odebrecht Óleo e Gás, Gutierrez Perfuração Ltda, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, dentre outras.
Somente a OGX já possui 29 blocos exploratórios nas bacias de Campos, Santos, Espírito Santo, Pará-Maranhão e Parnaíba. Hoje, as multinacionais petroleiras conhecidas por BIG OIL (ExxonMobil, Total, Royal Dutch Shell, British Petroleum, Chevron e Conoco Phillips) são as maiores responsáveis por saquear o petróleo brasileiro.
Juntas, elas tiveram lucros estratosféricos; de 2001 até janeiro de 2009 foram US$ 656 bilhões de dólares. Para se ter uma ideia, dos 20 maiores campos produtores de petróleo e gás natural no país pelo menos três já são operados por empresas estrangeiras: Ostra (Shell); Frade (Chevron) e Polvo (Devon). A Shell segue como segunda maior produtora de petróleo no Brasil, com 88,6 mil barris diários, seguida pela Chevron com 65,1 mil barris. Tudo isso é a riqueza brasileira e nossa renda petroleira sendo entregue às grandes multinacionais do petróleo.
O novo marco regulatório estabelecido pelo Governo é encarado por muitos como um avanço, mas não atende às expectativas dos movimentos sociais. Sobretudo, por não romper com a herança maldita dos leilões de FHC. A Federação Nacional dos Petroleiros defende que a Petrobrás seja 100% Pública e Estatal e que o Governo realize o retorno do monopólio estatal do petróleo, sem indenização às multinacionais que até hoje parasitam em nosso território.
Neste sentido, a FNP reforça o chamado a todas as entidades co-irmãs para que se juntem ao ato levando caravanas de petroleiros (ativa, aposentados, terceirizados) até Brasília para impedir a 11ª rodada de leilões. A manifestação integra a Jornada Nacional de Lutas ? frente de ação encampada por diversas entidades sindicais e movimentos populares do País.