Com 1ª proposta rejeitada, FNP se reúne nesta sexta-feira para discutir PLR

Respaldados por uma ampla e contundente rejeição da 1ªa proposta de PLR em todas as suas bases e no Sindipetro-RJ, os sindicatos que formam a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) se reúnem nesta sexta-feira (29/06), às 9h, no Sindipetro-RJ, para discutir os próximos passos da campanha de PLR e elaborar formas de mobilização para pressionar a empresa a avançar na proposta.

Além disso, outros temas também serão debatidos durante o encontro. Dentre eles, a tentativa da Petrobrás/FUP de reabrir o processo de repactuação, as ações em curso no escritório Castagna Maia Associados, além dos preparativos para o VI Congresso Nacional da FNP, que acontecerá em São José dos Campos, no mês que vem, entre os dias 27 e 29 de julho.

Menos para a categoria, mais para os acionistas
No mesmo dia em que a empresa apresentou sua proposta de PLR, o RH Corporativo lançou uma nota afirmando que a PLR 2011 será menor, desprezando qualquer respeito pela mesa de negociação e pelo direito da categoria de cobrar um valor justo e condizente com o tamanho da empresa. Ou seja, a Petrobrás tenta inaugurar uma nova forma de ?negociação?: em vez de tentar defender seus interesses, o que dá muito mais trabalho, agora simplesmente comunica à categoria qual será sua imposição.

Na mesa de negociação, mais uma vez os gerentes citaram a chegada da crise econômica internacional para justificar um valor tão baixo. Ironicamente, os mesmos diretores que se orgulham de ?mostrar todas as informações e números relativos à PLR 2011 para que o processo seja o mais transparente possível?, esquecem de dizer que querem pagar menos para a categoria, mas que irão pagar mais para os acionistas, com um aumento de 2,33% no repasse de dividendos.

Aos trabalhadores, verdadeiros responsáveis pelo crescimento da empresa, a Petrobrás propõe até o nível 457A um valor 14,55% menor do que o fechado nas negociações da PLR 2010. Já para os trabalhadores situados acima deste nível, que tradicionalmente recebem de acordo com o seu posicionamento na tabela salarial, a proposta também é inferior a do ano passado; para a PLR 2011 a empresa garante no mínimo 1,54 de uma remuneração normal. Nas negociações da PLR 2010, a proposta foi fechada em 1,96. Em relação ao valor fixo, o saldo negativo é de 22,08% se comparado ao valor fechado na última campanha.

Esta aparente contradição revela que o problema da empresa não é dinheiro, é prioridade. A própria presidente Dilma, responsável por ditar a política da empresa, afirmou à mídia ? no mesmo dia da negociação entre sindicatos e Petrobrás ? que quem aposta na crise ?vai perder?.

Diante de tal declaração, o que precisamos saber do Governo Dilma e da Petrobrás é quem pagará a conta para que o Brasil e a companhia não sejam afetados pela crise. Até agora, está claro que diante dos primeiros sinais de desaceleração o alvo são os trabalhadores. De um lado, temos uma companhia que rebaixa ainda mais a remuneração dos seus empregados e de outro o Governo Federal, que anuncia um pacote bilionário (R$ 8,43 bilhões em compras governamentais voltadas para o setor de bens de capital e equipamentos) para manter a taxa de lucro de multinacionais que não cansam de lucrar por meio de isenções fiscais, empréstimos generosos no BNDES e pactos com centrais ?chapa branca? para ?combater a desindustrialização do país?.

PLR MÁXIMA E IGUAL PARA TODOS!
Em vários congressos da categoria os petroleiros defenderam o fim da PLR, uma remuneração variável, transformando o seu valor em índice a ser incorporado ao salário-base de cada petroleiro. Essa é uma das principais bandeiras da FNP. Mas, por outro lado, se a lei ( nº 10.101, de 19 de dezembro de 2000) faculta ao trabalhador receber até 25%, é isso que exigimos. Até agora, o máximo que conseguimos receber (desde criação da lei) foi 15%.

Enquanto os trabalhadores negociam a PLR com mobilizações, greves e negociações exaustivas com o RH Corporativo, os diretores da companhia, sem nenhuma negociação com os sindicatos, recebem PLR?s cada vez mais gordas.

Sabemos muito bem que o lucro da Petrobrás não é resultado do desempenho de um ano e, portanto, afirmar que a PLR 2011 será menor por causa de queda nos lucros é uma grande falácia. Sob esta lógica, por que a empresa não concedeu PLR?s justas nos anos em que houve crescimento na taxa de lucro?

De qualquer forma, mesmo trabalhando com a hipótese de que a empresa tenha atingido um lucro menor, é preciso ressaltar que estamos num período de grandes investimentos da companhia, principalmente no pré-sal, onde novas descobertas surgem a todo instante. Para se ter uma ideia, no primeiro trimestre deste ano a Petrobrás teve um investimento de R$ 18.020 milhões ? número 14% superior em relação ao mesmo período de 2011, sendo 52% nas atividades de E&P. Isso sem citar que a Petrobrás financia nada menos do que 50% do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Tudo isso fruto do nosso trabalho.

Por isso, a FNP e seus sindicatos não irão rebaixar a sua bandeira de luta, permanecendo na batalha por uma PLR Máxima e Igual para Todos, exigindo uma nova proposta da companhia.

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