Ato Nacional em Defesa da Petros arrasta 3 mil petroleiros em passeata no Rio de Janeiro

Petroleiros começaram a chegar no Ato Nacional em Defesa da Petros na manhã do dia 21 de fevereiro por volta das 11 horas. A concentração do ato era realizada no Centro Empresarial Senado Petrobrás, na Rua do Senado (RJ), programada para às 12 horas.

Em meio ao sol, os participantes não paravam de chegar. Dirigente sindicais mandavam o seu recado para a categoria, enquanto participantes do Grupo de Trabalho (GT) passavam informes sobre a última reunião do grupo, realizada no dia 20 de fevereiro.

Entre os inúmeros petroleiros aposentados e ativos presentes no ato, organizado pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), GDPAPE e Fenaspe, uma única causa: defesa da Petros.  O gritou que ecoou durante todo o ato foi: “Se cobrar, nós vamos ocupar!”.

Por volta das 13 horas, a frente do Edisen e a calçada do outro lado da rua já estavam tomadas de gente.

Os petroleiros, então, ocuparam uma das pistas da Rua do Senado e realizaram a passeata até o Edise. “Foi um momento lindo e de muita emoção. A passeata estava linda”, afirmou petroleiro aposentado, que não quis se identificar.

Foram quase 3 horas de falação no Edise. Entre uma fala e outra, a cantora Flávia Saolli e o seu grupo de músicos animavam os petroleiros.

Durante o ato, participantes também gritaram “Fora Temer!”, “Fora Parente!”, como forma de protesto contra as políticas implementadas por eles. Cerca de 3 mil pessoas participaram do ato, com caravanas dos sindicatos da FNP e com a participação de petroleiros de várias partes do país, como Rio Grande do Norte e Ceará.

A cobrança do equacionamento está prevista para começar em março e irá aumentar em muitos casos mais de três vezes a contribuição de assistidos da Petros, como no caso da aposentada Irene Carneiro que paga R$ 800 de contribuição para a Petros. Com a taxa extra do equacionamento terá que desembolsar R$ 2400,00 por mês. “Com reajuste de 1,8% no salário, tendo que pagar a faculdade da minha filha, vou ter que procurar um aluguel mais barato para morar, porque vai ficar difícil”.

Para a FNP e demais entidades que defendem o recálculo do equacionamento, a cobrança extra dos petroleiros é um equívoco, já que a Petrobrás, patrocinadora do plano, tem uma dívida com a Petros, referente ao déficit causado pelo não pagamento de Acordo de Obrigações Recíprocas (AOR). Na época, o valor chegava a R$ 10 bilhões, mas devido a acordo com a FUP, a Petrobrás se comprometeu a pagar R$ 4,7 bilhões. Este valor foi contabilizado pela Petros, mas não foi pago e hoje, com a atualização anual, chega a R$ 9,2 bilhões. Considerando que o acordo não foi pago pela Petrobrás, a empresa deve ainda cerca de R$ 9,8 bilhões ao fundo, quase quitando o déficit, avaliado em mais de R$ 27 bi. Se considerado o recadastramento dos assistidos e a família real, o déficit deve ser ainda menor, mas nem Petros nem Petrobrás consideram essas possibilidades. 

O Ato terminou por volta das 15horas 30min com muito protesto e música. A principal crítica feita pelos participantes foi a falta de cobrança prévia das possíveis dívidas que as patrocinadoras mantêm com os planos e que não tem sido devidamente cobrada pela Petros, ao longo destes anos.

Fica claro, então, que o sucesso do Ato Nacional em Defesa da Petros prova que a grande adesão dos petroleiros nessa mobilização fortalece toda categoria e cria espaço para ações mais incisivas contra a política de colocar na conta do trabalhador todos os erros dos gestores dessas empresas.

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn
Share on whatsapp
WhatsApp