Sob pressão, Cade decide venda da Liquigás para o Ultra

A venda da Liquigás, rede de distribuição de gás de cozinha da Petrobras, para o grupo Ultra dividiu o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e a tendência é de que o caso seja reprovado nesta quarta-feira (28) por maioria apertada no colegiado.

 O negócio de R$ 2,8 bilhões levou o próprio presidente da estatal, Pedro Parente, a ligar para os conselheiros e o presidente do Cade, Alexandre Barreto, para reforçar a importância da operação para a redução do endividamento.

Parente e os advogados da Petrobras chegaram a defender a venda de metade da Liquigás para concorrentes como forma de reduzir os efeitos de concentração no mercado, o que permitiria a aprovação do Cade.

Discordando da maioria dos conselheiros e da área técnica, que defende a reprovação do caso por não encontrarem "remédios" suficientes, a conselheira Polyanna Vilanova acolheu a proposta de venda de metade da Liquigás e propôs ao conselho do Cade negociar um "acordo" –já que a conselheira-relatora do caso, Cristiane Alkmin, recomendou a condenação depois de negociar com as empresas sem consenso sobre possíveis "remédios".

As negociações sobre um acordo se intensificaram nas últimas semanas, quando os conselheiros registraram 17 reuniões com advogados e executivos das empresas envolvidas. Concorrentes que tentam impedir o negócio também fizeram peregrinação ao órgão.

Em caso de reprovação, o grupo Ultra pagará multa de R$ 280 milhões à Petrobras.

Fonte: Folha de S.Paulo

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn
Share on whatsapp
WhatsApp