Uma data para mobilizar pela conquista de direitos, discutir a desigualdade de gênero e se manifestar contra a violência física, psicológica e sexual ainda sofridas por muitas mulheres. Assim, nesta quinta-feira (8) mulheres de todo o mundo irão às ruas com suas bandeiras de luta, após um ano marcado por retrocessos para a classe trabalhadora brasileira.
Um ano marcado por muitos ataques ao povo brasileiro: reforma trabalhista, corte nas verbas dos serviços públicos, principalmente das creches e dos programas de combate à violência contra a mulher. Até o direito de interromper uma gravidez em caso de estupro, através da PEC 181, foi pauta do Congresso Nacional.
Por isso, petroleiras de várias regiões do país se somarão às trabalhadoras de outras categorias, estudantes, camponesas, mulheres ativistas dos mais variados movimentos e organizações políticas na luta contra todos os tipos de violência, pela legalização do aborto e contra reforma da Previdência, as cariocas, por exemplo, pedirão o fim da intervenção militar na Cidade.
Pois, nesse ano, mulheres das comunidades cariocas, principalmente as negras, estão sob a mira de fuzis e sendo fichadas. As mochilas de seus filhos são reviradas e suas casas invadidas em nome da farsa chamada guerra às drogas e criminalidade. A violência é filha da desigualdade social e as petroleiras são solidárias a essas mulheres.
No campo não é diferente, as mulheres sofrem ainda mais com a violência pela falta de acesso às informações e por não terem seus direitos respeitados. São poucos os dados registrados da violência sofrida pelas camponesas, porém mais de 60% das mulheres que sofrem algum tipo de violência são vitimadas pelos próprios maridos ou companheiros. Essa realidade precisa mudar.
Mas, infelizmente, o preconceito às mulheres não para por aí. É uma realidade tão dura e tão marcante em nossa sociedade que nem mesmo o movimento sindical está livre de reproduzir as discriminações impostas às mulheres historicamente. A batalha contra as desigualdades e o machismo é dura, mas vale a pena lutar. Parabéns, mulheres aguerridas!
Por que 8 de março é o dia Internacional das Mulheres?
A data histórica marca diferentes mobilizações e greves feitas por mulheres em todo o planeta que protestavam contra as extensas jornadas de trabalho, salários miseráveis e por melhores condições de trabalho. O dia 8 de março foi proclamado pela II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, em 1910. Antes disso, em março de 1857, cerca de 130 operárias que faziam greve nos Estados Unidos foram queimadas e morreram carbonizadas dentro da fábrica. Outro fato histórico que marca março como mês de luta das mulheres foi a greve de tecelãs e costureiras na Rússia que foi o estopim da primeira fase da Revolução Russa, em 1917.
Mulheres na Petrobrás
Infelizmente, a Petrobrás ainda é uma empresa predominantemente masculina, com aproximadamente 15,6% de mulheres compondo a força de trabalho.
No segmento de petróleo e gás, os homens são 92,2% e as mulheres, 7,8%. As petroleiras entendem que é preciso brigar contra o preconceito, inclusive na escolha das carreiras. Hoje, as carreiras técnicas ainda têm maioria de homens.
Foto: Brasil de Fato
Fonte: Esquerda Online, Brasil de Fato