Quinze de março de 2001. O que seria um dia tranquilo, acabou por se tornar em uma data marcada pela tragédia. O Brasil acordava com a notícia de que uma plataforma da Bacia de Campo, a P-36, a 130 quilômetros da costa do Rio de Janeiro, havia sofrido duas explosões na madrugada. Cento e setenta e cinco pessoas estavam a bordo.
Os trabalhadores começaram a ser retirados e levados em embarcações para uma outra plataforma (a P-47, um navio-cisterna que recebe a produção da P-36), distante 12 km do local do acidente.
A retirada do pessoal, segundo informações, teria sido lenta. Começou por volta das 3h30min e só terminou pela manhã, segundo relatou o superintendente da bacia de Campos, Eduardo Bellot, no período. Da P-47, foram levados de helicópteros para Macaé, centro terrestre da produção de petróleo da bacia de Campos.
A, então, maior plataforma de produção de petróleo em alto-mar à sua época, começava a adernar. Em vão, engenheiros da Petrobrás tentavam várias técnicas para aprumar a plataforma e evitar o afundamento da estrutura. No entanto, cinco dias depois, a grande estrutura de metal afundaria completamente, levando nove corpos de trabalhadores, de um total de 11 mortos. Todos faziam parte da Brigada de Emergência da plataforma.
A P-36 naufragou a uma profundidade estimada de 1.200 metros e com um reservatório de 1.500 toneladas de óleo a bordo. Após um período de investigação, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e a Marinha emitiram um relatório conjunto, em que afirmavam que a principal causa das explosões foi um problema no fechamento de uma válvula. Os técnicos também apontaram erros de manutenção e deficiência no projeto da plataforma.
Na época, o Sindipetro-RJ acusou o ex-presidente da Petrobrás, Joel Rennó, e o empresário que prestava serviços de manutenção submarina, Gérman Efromovich, de cometerem irregularidades nas operações e nos contratos. Após depoimento no Congresso, não se chegou a nenhuma conclusão.
O episódio caracterizou-se como um dos maiores desastres na história da Petrobrás e deixou evidente o sucateamento que a empresa sofreu ao longo do período dos governos neoliberais de Fernando Henrique Cardoso, cuja intenção era privatizar a estatal petrolífera.
Em 2007, a P-36 acabou sendo substituída pela P-52, cuja construção começou em Cingapura e sua conclusão foi no Brasil.
Não podemos nos esquecer das vítimas desse trágico acidente!