Unificar categoria, lutar contra discriminações e ocupar os sindicatos

Setor que vem sofrendo os maiores prejuízos dentro da categoria petroleira, os aposentados e pensionistas realizaram na tarde desta sexta-feira (27/07) um rico debate sobre os principais problemas enfrentados nos últimos anos, com intervenções sobre ações jurídicas, combate à repactuação e estratégias de luta para enfrentar a política discriminatória da companhia.

Com balanço positivo de ações para buscar na Justiça os percentuais aplicados pela empresa à ativa, através do PCAC e da RMNR, os petroleiros presentes trocaram experiências e informações de cada base a fim de alinhar os processos em curso.

Para o ACT deste ano o balanço é de que os aposentados e pensionistas já entram prejudicados, uma vez que nesta campanha de PLR a companhia antecipou a gratificação contingente, o famoso ?abono?. Dessa forma, impõe por mais um ano a política de remuneração variável ? responsável direta pela desvalorização salarial da categoria, que há 17 anos amarga aumento real zero no salário básico. ?Existem pensionistas que dependem de cesta básica de igrejas para complementar a renda mensal?, desabafou uma das pensionistas presentes, ilustrando de forma dramática o resultado da tabela congelada imposta pela companhia.

Em relação à AMS, mais uma vez, sobraram relatos de dificuldades na aprovação de cirurgias de grande risco, inúmeros procedimentos novos que não são cobertos pela Petrobrás, carência de especialidades, além da ausência de mais investimentos na área de saúde. Agnelson Silva, dirigente do Sindipetro PA/AM/MA/AP e da FNP, lembrou que ?enquanto o faturamento da empresa bate a casa dos R$ 300 bilhões a R$ 400 bilhões por ano, sendo 38% apenas para os acionistas e quase R$ 3 milhões para os sete diretores (entre PLR e bônus), os gastos com AMS oscilam entre R$ 980 milhões e R$ 1 bilhão – valores aparentemente altos, mas irrisórios se comparados ao patrimônio e saúde financeira da companhia?. Como consenso ficou o sentimento de que a AMS, um direito adquirido com luta pela categoria, está sendo sucateada pelos gestores da Petrobrás, forçando a migração de centenas de ações na Justiça.

Prioridade: a luta
Contrariando o perfil assistencialista assumido por muitos sindicatos ao longo dos anos, e até mesmo pela criação de diversas associações, os petroleiros presentes reforçaram a necessidade de realizar um intenso trabalho de conscientização política com os trabalhadores (ativos, aposentados e pensionistas). Esse trabalho consiste, fundamentalmente, em fazer com a categoria volte a ocupar o sindicato, participando ativamente das assembleias e mobilizações, resgatando a unidade que fez dos petroleiros uma das categorias mais combativas do país.

Para Alealdo Hilário, dirigente do Sindipetro AL/SE, resgatar a participação dos trabalhadores nas principais instâncias das entidades de classe ?é uma das formas de superar essa política nefasta do RH da Petrobrás, que de um lado pune o ativista do chão de fábrica e os dirigentes combativos, e de outro coopta aqueles que outrora estiveram do nosso lado e hoje vendem os direitos da categoria?.

Gervásio Fernandes, diretor do Sindipetro-LP, lembrou que uma das principais estratégias da empresa é justamente o enfrentamento entre ativos e aposentados/pensionistas. ?A empresa quer fragmentar a categoria, o que diminui nosso poder de luta e capacidade de conquistas. Precisamos fazer um forte trabalho na base, mostrando a cada trabalhador, seja ativo, aposentado ou pensionista, que a luta é coletiva, que a categoria é uma só?.

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