"Mexeu com meu companheiro, mexeu comigo"

A manhã desta quinta-feira (7) começou com corte de rendição na UTE Euzébio Rocha e RPBC, em Cubatão. Em pauta, a retaliação da gerência da UTE a três trabalhadores que aderiram à greve da categoria na semana passada e o leilão do pré-sal realizado nesta data, no Rio de Janeiro.

As sanções disciplinares, totalmente irregulares, são uma resposta dos gestores à decisão legítima dos trabalhadores de deixar a unidade nas mãos do grupo de contingência.

Esta retaliação também se abateu sobre um trabalhador da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais, onde também houve paralisação na manhã desta quinta-feira. Lá, o operador foi punido por “abandonar” a unidade após 16 horas de trabalho ininterruptas. E o pior, sob a anuência do gerente e a alegação de que não era seguro operar equipamentos complexos e perigosos sem dormir ou descansar.

Na Revap, em São José dos Campos, mesmo sem o anúncio de punições, os trabalhadores atrasaram a entrada logo pela manhã em duas horas em solidariedade aos companheiros punidos e também contra a venda do nosso pré-sal.

Entenda o caso

Com a deflagração da greve, iniciada na manhã do dia 30 de maio, os três operadores ficaram trabalhando na unidade. Após 24 horas de jornada de trabalho solicitaram junto à respectiva gerência a liberação para deixar o local, uma vez que o grupo de contingência já havia assumido os postos de trabalho. Os dirigentes do Sindipetro-LP, cientes da situação, tentaram negociar a contingência junto à chefia, mas receberam uma negativa da gerência direta.

A gerência, na ocasião, afirmou que iria cumprir à risca a liminar expedida pela Justiça, que proibia a obstrução ao direito dos trabalhadores de deixar as dependências da empresa.

Após negociação, os operadores deixaram a unidade, em perfeito funcionamento, aos cuidados da contingência da empresa, que foi composta por cinco supervisores da termelétrica. Para nossa surpresa e indignação, fomos informados na tarde de ontem (6) que os três operadores foram punidos com cinco dias de suspensão. A alegação: abandono de posto de trabalho sem passagem de serviço.

Uma tremenda mentira, já que o grupo de contingência estava no local há pelo menos 8 horas. Além disso, havia o relatório de turno atestando os serviços executados naquele dia. Ou seja, trata-se claramente de uma tentativa de intimidar os trabalhadores que se mobilizaram e aderiram à greve. Uma maneira, em outras palavras, de gerar medo em futuras mobilizações.

O Departamento Jurídico do Sindipetro-LP já entrou com ação na Justiça para reverter o quadro de punições e barrar esse arbitrariedade. Entretanto, pedimos que toda a categoria petroleira se solidarize com esses companheiros. Neste momento, o apoio de todos os petroleiros e petroleiras é fundamental. Neste sentido, precisamos repetir e ampliar os atos unificados contra essas punições. As mobilizações desta quinta-feira em Cubatão (SP), São José dos Campos (SP) e são um primeiro passo importante.

Mais do que nunca, a palavra de ordem é “mexeu com meu companheiro, mexeu comigo”.

Fonte: Sindipetro-LP

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