A cereja do bolo envenenado!

A propaganda é a seguinte: flexibilidade na carreira, simulador com um abono três vezes maior que a PLR, verba para avanço de nível para 50% da força em 2018, cultura da meritocracia, com critérios objetivos.

Mas por trás disso, esse plano visa adequar a empresa à reforma trabalhista, substituindo a negociação coletiva à adesão individual e a modificações no contrato de trabalho. Tudo que a categoria conquistou até hoje foi fruto da luta, da mobilização e da negociação coletiva. O Acordo Coletivo de Trabalho é um patrimônio da categoria e não podemos abrir esse flanco.

O PCR foi concebido sem a participação dos sindicatos, sem transparência e às pressas. A apresentação feita aos sindicatos no dia 13 de junho foi a de um plano que já estava pronto e que não seria negociável.

A recente vitória dos trabalhadores no julgamento no TST, deixou a Petrobrás na defensiva. Como o PCR está sendo implantado à toque de caixa, não temos garantias dos impactos que poderão ocorrer com as tabelas da RMNR.

O ANPR será modificado para pior: serão extintos os avanços de nível por 18 e 24 meses, que será substituído por um avanço automático somente a cada 5 anos! A promessa de verba pra avanço de nível e promoções para 50% do efetivo só vale pra 2018, portanto olho vivo!

A filosofia do PCR é péssima para o trabalhador. Visa introduzir uma nova cultura: as adesões individuais em detrimento das negociações coletivas. Qual será o próximo passo da gestão: propor a troca da AMS e dos benefícios por abonos e promessas de curto prazo, que ano após ano poderá desconfigurar nosso Acordo Coletivo de Trabalho? 

Uma cortina de fumaça sobre o PCR, combinado com muito assédio para a tomada de decisão rápida e bonificada levanta sobre todos nós um clima de muita suspeita. A orientação é não assinar!

Dividir para conquistar

A estratégia é velha, dos tempos do império romano, passando por Napoleão, a máxima parece seguir válida também na Petrobrás: são dados tratamentos diferenciados a aposentados e ativos; repactuados e não repactuados; Petros BD e Petros-2.
Agora, a novidade será a divisão dos trabalhadores em PCAC e PCR.

Mas o que significa na prática tal mudança? O Sindipetro AL/SE iniciará agora uma série de discussões com a categoria a fim de compreendermos melhor o que significa o PCR, o seu significado para a privatização e o prejuízo econômico para os trabalhadores. O mais importante é que neste momento, a principal orientação é não assinar sua adesão ao plano.

PCR um novo plano para pavimentar ainda mais a privatização

No mundo do trabalho, nada acontece por acaso. O plano do governo é privatizar a Petrobrás. Vieram as vendas de ativos, o saneamento do fundo de pensão (equacionamento da Petros), RMNR na arena jurídica do TST e agora um novo plano de carreira para os empregados. Ligamos a TV e assistimos que os economistas dizem: “o mercado espera que essas medidas façam que a Petrobrás volte a ser respeitada”. Respeitada por quem mesmo?!

Precisamos nos cercar de informações, orientar os colegas em dúvida e ligar esses planos à necessidade de lutarmos! Só a luta poderá impedir que o patrimônio da Petrobrás, os nossos direitos e as nossas carreiras sejam desmanteladas por um projeto privatista e entreguista!

Precisamos nos unir e enfrentar aqueles que querem vender o país e a nossa soberania! Unidade nacional dos trabalhadores para preparar a retomada da greve é uma tarefa urgente e necessária!

* Bruno Dantas é diretor da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e do Sindipetro-AL/SE.

Sindipetro: Sindipetro-Al/SE

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