Conselheiros abordam Pós-82, Petros e repactuação. Sinedino faz balanço sobre o C.A

Rostos e nomes já conhecidos da categoria, especialistas nas questões envolvendo o fundo de pensão dos petroleiros, Silvio Sinedino, Agnelson Silva, Fernando Siqueira e Ronaldo Tedesco dividiram a mesa durante a manhã deste sábado (28/07) para atualizar a categoria sobre os últimos acontecimentos envolvendo a Petros. Como destaque: a reabertura da repactuação e uma breve explicação sobre os planos existentes (BD e Petros 2). Além disso, também fizeram algumas intervenções sobre a AMS.

Em relação à reabertura da repactuação, Silvio Sinedino resumiu esta venda de direitos, reeditada por iniciativa da outra federação, da seguinte forma: o único motivo da repactuação é a Petrobrás se livrar da responsabilidade que ela tem com o plano. Discurso endossado pelas palavras de Tedesco, conselheiro eleito da Petros. ?A repactuação é uma transferência de riscos em caso de déficit, algo que o repactuado acabou aceitando com o arrocho do seu salário. Mas a questão central é que o déficit é uma possibilidade, apenas uma possibilidade. Já no caso dos não repactuados a patrocinadora continua sendo 100% responsável?.

Sobre as perdas, tanto dos repactuados quanto dos não repactuados, estão acumuladas em 39% desde 2003, com base no reajuste dado à ativa, desde as questões dos níveis. ?O que acontece hoje é que muitos companheiros estão entrando com ações para corrigir esta discriminação buscando os reajustes dados no PCAC e em forma de RMNR. E muitos estão saindo vitoriosos. Outro detalhe: ao entrar com esta ação mesmo que de forma inconsciente o petroleiro está desrepactuando ao dizer que não sabia das perdas que teria com a repactuação?, explicou Tedesco.

A tabela congelada, intitulada como uma ?situação drástica? por Siqueira, apresenta obstáculos diretos no poder de mobilização e unidade da categoria. ?Como houve repactuação de 70% da categoria e eles só tem o IPCA entendem que não têm o que fazer no sindicato. Com isso, se afastam. No máximo 30% tem interesse direto de comparecer ao sindicato. Do lado dos ativos, a situação também não é melhor, porque sofrem com achatamento salarial. E os sindicatos levam a culpa, por ter sido aprovado em assembleia, de ter assinado o acordo. O resultado são os aposentados e pensionistas frustrados, e os ativos insatisfeitos. Tudo isso resultado de uma traição da FUP, que através da repactuação jogou ativos contra aposentados?.

Após as discussões sobre a repactuação, outra preocupação assinalada pelos palestrantes recaiu sobre o multipatrocínio levado a cabo pela Petros. Tanto Sinedino quanto Tedesco fizeram duras críticas, afirmando que a Petros possui hoje 47 planos, alguns até mesmo com apenas 16 participantes, que simplesmente não se sustentam. Segundo os palestrantes, os petroleiros estão bancando esses planos, algo irregular, já que não deve haver este tipo de transferência de patrimônio.

O Plano BD foi mais uma vez apontado como o melhor do Mundo, pois ?não importa o que aconteça, o participante saberá quanto ganhará lá na frente. Já no Petros 2, que apresenta algumas distorções, o participante aposentará com o que terá disponível na ?caixinha?. Pode ter rendimento excelente, com benefício maior? Pode. Mas também pode ser menor, afinal não há previsibilidade no mercado financeiro?, explicou Tedesco.

Por fim, apesar de todos os problemas citados, todos os palestrantes ressaltaram que o patrimônio do plano é sólido e de qualquer informação alarmista circulada na categoria não deve ser levada a sério.

Já Agnelson fez uma análise mais geral sobre as questões envolvendo previdência, lembrando o grande mito do déficit da previdência. ?Para se ter uma ideia, uma dívida de 480 bilhões de 2.800 empresas com o INSS foi perdoada pelo Governo. Metade foi anistiada e a outra metade irá pagar em 370 anos. E os poderosos, com a ajuda da mídia, inserem na classe o senso comum de que há um rombo?.

Abaixo-assinado para Pós-82
Em relação à eliminação do Teto de Contribuição dos Pós-82, o objetivo é de que a FNP exerça pressão para que a empresa solucione a situação dos petroleiros enquadrados nesta situação. Existem hoje cerca de 27 mil petroleiros, sendo que 17 mil não atingiram o atual teto de contribuição, podendo se aposentar sem precisar pagar “serviço passado” e se beneficiarão com a eliminação do teto caso venham a atingi-lo no futuro.

Por isso, Tedesco conclamou todos os sindicatos e entidades a divulgarem em seus sites um Abaixo-assinado, com a coleta de assinaturas, que devem ser enviadas por domínios “@petrobras.com.br” para “abaixo_assinado_pos_82_petro@yahoo.com.br”. No campo “Assunto” da mensagem deverá constar apenas: nome e matrícula.

Silvio Sinedino faz balanço de seu mandato no C.A da Petrobrás
Foi com a afirmação de que ?não temos a ilusão de que iremos democratizar a gestão? que Silvio Sinedino, representante dos trabalhadores no C.A e presidente da AEPET, iniciou o balanço de seu mandato no Conselho de Administração da empresa. Mas, por outro lado, fez uma ressalva: ?a participação é importante, porque hoje temos acesso a uma série de informações que antes sequer conhecíamos. Hoje sabemos, por exemplo, um absurdo: em 3 horas por mês, tempo de duração das reuniões, está sendo decidido o futuro da companhia. Não há qualquer aprofundamento dos debates?.

Um exemplo demonstrado por ele foi a compra, em meados de 2006, de uma refinaria nos EUA. Segundo Sinedino, a empresa pagou cerca de 350 milhões de dólares para controlar 50% da refinaria. Curiosamente, um ano antes 100% haviam sido comprados por 45 milhões de dólares. Logo em seguida, para dar fim a uma série de brigas judiciais, a empresa desembolsou mais de 850 milhões de dólares ? somando um prejuízo de mais de 1 bilhão de dólares. ?Enquanto isso, a empresa mendiga PLR para os trabalhadores?, lembrou Sinedino.

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