Uma das principais atividades do 2º dia de congresso, o debate sobre a reorganização da categoria petroleira e a reunificação do Sindipetro-RJ à FNP, tema que também foi debatido com bastante ênfase na abertura do evento, serviu para apontar os próximas estratégias da FNP. Uma delas, novamente enfatizada, é o fortalecimento das oposições.
Um dos primeiros a intervir, Agnelson Silva lembrou que a Petrobrás sabe que é difícil combater os interesses dos trabalhadores quando estão unidos. ?É fundamental a reorganização em curso e a unificação do Sindipetro-RJ é expressão deste processo. Diante disso, é importantíssimo que todas as nossas oposições nos ajudem a ganhar as eleições e tragam para as fileiras da FNP os lutadores. Precisamos derrotar aqueles que se venderam por uma dúzia de moedas e hoje massacram os petroleiros e, principalmente, mais de 300 mil terceirizados?.
Gilvani Alves, dirigente do Sindipetro AL/SE, ressaltou a necessidade de incorporar as mulheres neste processo. ?O combate ao machismo, ao assédio, deve ser parte do nosso dia a dia, mas também deve partir das direções, que têm a tarefa de incorporar esta política. As mulheres têm demandas que precisam ser discutidas. Muitas não podem estar no turno, na escala de plantão e não tem creche próxima à empresa para deixar seus filhos. Tudo isso precisa ser levantado?.
Para Adaedson Costa, diretor do Sindipetro-LP, o VI Congresso da FNP representa um momento histórico. ?Se não nos organizarmos, tirarmos todas essas diferenças políticas e ideológicas para trabalhar em um ideal comum, que é a defesa intransigente da classe trabalhadora, não aproveitaremos o espaço que se abre com a reincorporação do Sindipetro-RJ à FNP?.
Em relação ao combate às praticas de assédio moral e sexual e ao machismo, Adaedson fez coro às afirmações de Gilvani. ?Dupla jornada de trabalho, assédio moral e sexual, inclusive nos sindicatos, são alguns dos problemas enfrentados pelas mulheres diariamente. Precisamos olhar como estamos tratando nossas companheiras, se estamos valorizando a participação daquelas que estão entre nós para estimular a participação de mais militantes mulheres?. O investimento no treinamento de cipeiros para combater com melhores condições a política da empresa para o benzeno e aperfeiçoar a estrutura de imprensa da FNP também foram apontadas como medidas estratégicas.
Presidente do Sindipetro-SJC, Ademir Silva, diz que teremos muita luta pela frente e que reorganizar os trabalhadores num conjunto de 17 sindicatos não será fácil. ?Mas é nosso papel?.
De longe, a participação mais significativa do Sindipetro-RJ em todos os congressos já realizados pela FNP, um espaço importante foi reservado aos companheiros que se reincorporaram à entidade.
Eduardo Henrique, diretor do Sindipetro-RJ, fez um importante balanço. ?Somos chamados de divisionistas, mas claramente quem dividiu a categoria foi a FUP, desde a repactuação e agora a cada campanha, a cada derrota que impõe à categoria. Agora vamos disputar as bases da FUP, abrindo espaço para novos sindicatos compor com a FNP e reforçar as oposições, reconhecendo a importância de despender recursos financeiros e humanos para ganhar mais sindicatos?.
Roberto Ribeiro, diretor da Secretaria de Aposentados e Pensionistas do Sindipetro-RJ, ressaltou que apesar das divergências a entidade sempre esteve ao lado dos companheiros da FNP. ?As fraudes salariais que estão desde 1995 sendo impostas à categoria tem atingido diretamente os aposentados e pensionistas, algo que os ativos também irão sentir, pois nada disso é incorporado ao salário. Não podemos mais aceitar esse tipo de discriminação?.
Edison Munhoz teve discurso semelhante. ?Sempre entendemos que a FNP é uma ferramenta importante na luta da categoria, tanto é que todos os encaminhamentos foram feitos em conjunto. A nossa briga é com a FUP, braço da empresa, que mente para a categoria. Mas sabemos que dentro da FUP tem gente insatisfeita. São esses companheiros que devemos trazer para o nosso campo?.
O secretário-geral do Sindipetro-RJ, Emanuel Cancella, foi o responsável por finalizar as falas dos companheiros do Rio de Janeiro. Para ele, está claro que uma das prioridades deve ser o combate à FUP, hoje uma colaborada da empresa. ?Sempre caminhamos juntos da FNP, mas agora estamos tentando constituir a mesma residência, pois temos acordo em algo fundamental: não abrimos mão da independência do Governo, sela ele qual for. E isso nós demonstramos no dia a dia. A nossa grande tarefa é unir os petroleiros que estão divididos entre ativos e aposentados, repactuados e não repactuados. Muito mais do que unir a direção, temos que unir a base da categoria petroleira?.
Grupos de discussão para o ACT
A última atividade do dia, e nem por isso menos importante, foram as discussões em grupo da pauta histórica da categoria para a campanha reivindicatória. As resoluções dos grupos serão votadas pelo plenário no último dia do Congresso, neste domingo (29/07). Veja abaixo quais temas cada grupo ficou responsável por discutir e propor respostas.
Grupo 1 – Organização Sindical e Campanha do Petróleo Tem que ser Nosso! – Reorganização dos Petroleiros e do Movimento Sindical; Estatuto ? alterações no Estatuto; Organização da FNP e sua Estrutura (sede, imprensa, assessoria de imprensa e jurídica e legalização); Campanha do Petróleo Tem que ser Nosso! e Plano de Ação
Grupo 2 ? Campanha Reivindicatória para o ACT 2012 e PLR 2012 e Plano de Ação;
Grupo 3 ? Setor Privado e Terceirizado: ACT?s, Segurança, Meio Ambiente e os Atos de Práticas Anti-sindicais e Assédio Moral;
Grupo 4 ? A Seguridade Brasileira ? Previdência Pública e Complementar, Saúde Pública e Privada e Assistência Social ? Petros e Eleições e a defesa da AMS e Plano de Ação;
Grupo 5 ? Campanha Reivindicatória para o ACT 2012 e PLR 2012 e Organização e Plano de Ação para as Oposições