Os trabalhadores do turno do Laboratório, SO, SMS e ETDI foram avisados de que a REVAP iria deixar de fornecer alimentação no posto de trabalho a partir do dia 6 de agosto. O Sindicato entrou em ação e conseguiu, em reunião no dia 2, com o gerente de SMS, José Carlos, e o interino de RH, Márcio, o compromisso de que iriam levar para o G1 da refinaria o pleito de que era necessário ouvir a força de trabalho atingida pela medida para que possíveis riscos à continuidade das operações de turno pudessem ser levados em conta. No mesmo dia, recebemos retorno positivo e a alteração foi suspensa. Infelizmente, hoje, 13, fomos informados de que o acordo foi descumprido e, antes mesmo de ouvir os trabalhadores, a alimentação para o turno da SO, SMS e Laboratório foi retirada do local de trabalho e será feita no restaurante principal. Na ETDI, a alteração segue suspensa e a alimentação continua sendo feita no local de trabalho.
A empresa alega necessidade de eliminar o possível risco de contaminação no transporte da refeição entre o preparo e a copa dos setores. Vale lembrar que nunca tivemos uma ocorrência desse tipo no passado recente (talvez não tenha ocorrido na história da refinaria). O que nos leva a crer que esse argumento é uma cortina de fumaça para esconder que a verdadeira intenção de fazer economia, mesmo que seja a custo de expor os trabalhadores à riscos.
É mais uma trapalhada da gestão incompetente da REVAP que pretende submeter os trabalhadores e sua segurança no trabalho aos objetivos mesquinhos de sua política, que faz economia burra e ilegal. Os trabalhadores de turno percebem o AHRA pelo motivo de que não podem sair do seu posto de trabalho para fazer suas refeições por questões de segurança na continuidade de suas atividades. A medida também prevê o constrangimento de ter que furar fila no restaurante principal para diminuir o tempo em que esses trabalhadores ficam fora do posto de trabalho.
Os trabalhadores da ETDI terão de se deslocar até a CC 322, um por vez, para fazer a sua refeição. Só existe um carro disponível para a operação da ETDI. E quando um dos operadores for um brigadista? Como esse poderá atender ao chamado de emergência? Vale a pena correr esse risco?
No Laboratório, existe o risco de atraso em análises importantes, o que pode impactar outros setores da cadeia produtiva para além da refinaria, causando prejuízo para a empresa muito acima da possível economia que essa medida (se é que trará) pretende trazer.
A alteração para os trabalhadores da gerência de SMS é ainda mais absurda, já que se trata do setor que sempre deve dar o exemplo de colocar a segurança e a vida das pessoas em primeiro lugar. Em um possível chamado para atendimento de emergência, o TS de turno sairá em disparada dentro do restaurante principal para alcançar a viatura que seguirá estacionada no prédio do setor? Os gestores imaginaram a cena? O pânico que isso poderá causar? E na SO? O único profissional de saúde do turno terá de abandonar o posto de trabalho?
A lei 5811/72 (conhecida como a lei do petroleiro) é muito clara em seu artigo 3º, III, que fala que o trabalhador do turno de 8h terá direito a alimentação gratuita, em seu posto de trabalho, durante o turno em que estiver de serviço. Quantos milhões a empresa economizou para suprimir a refeição no posto de trabalho a ponto de preferir expor seus empregados a manter a refeição? Será que o papo de segurança é só para acionista de Nova Iorque ver?
O Sindicato orienta os trabalhadores que se sentirem inseguros a não abandonarem seus postos de trabalho e, desde já, exigir da empresa a manutenção do fornecimento de alimentação nos moldes adequados à continuidade segura das atividades inerentes à função, conforme previsto na lei. Faremos paradas com os turnos para debater a situação com a categoria! Participem!
Fonte: Sindipetro-SJC