Há 37 anos, perdíamos 10 companheiros no pior acidente da história da Revap

O mais grave acidente na história da Revap custou a vida de 10 trabalhadores e um bebê ainda no ventre, em 26 de agosto de 1981. Foram 11 vítimas. Um escapamento de gás sulfídrico de um tanque da Unidade de Craqueamento Catalítico matou instantaneamente todos que foram atingidos pelo gás.

O TQ 42213 é de teto flutuante. A corrente de GLP com altíssima concentração de H2S preencheu todo o interior do tanque em volume. Os dois produtos transbordaram em forma de cascata para o dique de contenção. O sistema de ar condicionado estava com sua captação de ar dentro do dique. Por isso, os primeiros a sofrerem a ação do contaminante foram dois operadores que estavam no chuveiro. Na curva próxima ao TQ havia aproximadamente 400 trabalhadores, entre engenheiros e manutenção. Alguns desses petroleiros foram vítimas do contaminante ao tentarem salvar os colegas já caídos nas imediações. Os efeitos do gás sulfídrico só são notados nos dois primeiros minutos de respiração. Logo após, as narinas amortecem e não se sente mais nada.

A Unidade de Craqueamento Catalítico já havia apresentado problemas mais de duas horas antes. Todo grande acidente no setor de óleo e gás é precedido por pequenos incidentes. O caso prova a negligência no Sistema Petrobras, que ainda hoje ignora ou minimiza as pequenas ocorrências diárias.

No próximo dia 11 de setembro, completam-se quatro anos do último acidente fatal na Revap. Um incêndio em coletor de gás liquefeito de petróleo, na Revap, deixou seis trabalhadores feridos. José Luís Beloni permaneceu internado por 71 dias, mas não resistiu. Ele teve 40% do corpo queimado. Beloni foi a última morte na Revap. Antes disso, três trabalhadores terceirizados morreram na Revap, em 2012.

Todos os problemas de segurança, baixo efetivo, avanço da terceirização e falta de treinamento suficiente, parada inadequada e manutenção precária na Revap criam possibilidade de outros acidentes fatais tanto aqui quanto em outras unidades operacionais, vide o acidente com explosão na Replan. No último dia 20, houve a explosão do tanque de águas ácidas no craqueamento na refinaria de Paulínea. A unidade havia acabado de passar por parada de manutenção programada.

O agravante é que a política da empresa é obter lucro máximo para os acionistas a custo operacional mínimo criando uma panela de pressão no Sistema Petrobras. A qualquer hora, pode haver mais vítimas em função do sucateamento das unidades! Por isso, a importância de lutarmos contra os fatores de risco, o baixo efetivo, denunciarmos a paradas a toque de caixa, a terceirização desenfreada etc.

Em memória das Vítimas do acidente da Revap em 1981

– A servente Terezinha de Fátima Félix, de 23 anos.

Terezinha foi a primeira vítima. Ela deixou duas filhas e estava grávida.

– Os auxiliares de segurança Waldemar dos Santos Pagano e Gilberto Araújo, de 25 anos.

– Os operadores Nelson Araújo Macedo, 39 anos; Winther Guimarães, 27; João Dias da Silva; Pedro Ayres da Veiga, 31 anos; Antônio Wilton Leite Prado, 31 anos e Benedito Santos Souza.

– O médico Carlos Alberto Fontenelle Moreira, 36.

Fonte: Sindipetro-SJC

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