O título não é por acaso. E as aspas também. Pela segunda vez, em um período de uma semana, a Refinaria Presidente Bernardes (RPBC) registra vazamento de benzeno na URA ? Unidade de Reforma de Aromáticos.
O vazamento foi descoberto pela equipe de operação apenas nesta sexta-feira (10/08). E por uma razão simples, embora grave: há mais de dois anos, a unidade está interditada por conta de corrosões que tomam conta das plataformas. Com isso, os operadores ? de mãos atadas diante de tamanho abandono ? não têm condições de operar a unidade adequadamente. Situação semelhante à da equipe de manutenção, que também não tem condição de realizar o trabalho preventivo de segurança.
Prova disso é o vazamento ocorrido na semana passada, no mesmo local. Na ocasião, os trabalhadores fizeram um remendo como medida paliativa. Entretanto, como o local apresentava grandes sinais de corrosão, evidentemente a solução encontrada foi insuficiente.
É importante lembrar que a unidade possui uma produção de benzeno com pureza de quase 100%. Ou seja, não precisamos gastar muitas linhas para afirmar que tal ocorrência representa grandes riscos aos trabalhadores.
Enquanto isso, a gerência da RPBC faz vista grossa à preocupação do Sindicato e às cobranças constantes que fazemos por mais segurança no local de trabalho. Seja no GTB, na Comissão de Benzeno, no PPEOB, a empresa adota a mesma postura: minimizar a gravidade da questão sobre o benzeno, bem como tentar banalizar a presença deste agente nocivo em nossas unidades.
A ausência de manutenção preventiva, de vontade política dos gestores de criar mecanismos de fato rigorosos na luta contra o benzeno e de uma nova política de SMS da empresa estão criando uma bola de neve, cujo resultado é o risco iminente à saúde e segurança dos trabalhadores. É um absurdo que ocorrências como essas aconteçam com tamanha frequência na maior empresa do país, na empresa que se orgulha de ser referência em responsabilidade social.
?Fica difícil operar uma unidade com segurança desse jeito, seu GG?, é o que diria certamente o Petrolino. E com razão. Afinal, dá para acreditar que a empresa está, de fato, encarando esse tema com seriedade? A vida dos trabalhadores não se resume a uma matrícula, números e indicadores. O Sindicato está na área cobrando medidas imediatas, bem como um relatório transparente e claro sobre os acontecimentos.
Fonte: Imprensa Sindipetro-LP