As eleições podem condenar os nossos direitos

O segundo turno das eleições presidenciais deste ano pode selar o futuro dos nossos direitos trabalhistas, previdenciários, a escola dos nossos filhos, a manutenção do Sistema Único de Saúde gratuito, a preservação da Amazônia, os direitos democráticos, as reservas nacionais de petróleo e gás, o ECA etc. Aliás, o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) é um dos fake news favoritos dos reacionários nas redes sociais. Ele é atacado por quem defende a redução da maioria penal, sendo que o ECA combate o trabalho infantil e a exploração sexual de meninas e meninos.

Muitos reacionários foram eleitos para o Congresso e chegaram ao segundo turno das eleições estaduais praticando o terrorismo no WhatsApp e no Facebook. Matéria da Folha de São Paulo de 18 de outubro denuncia que uma rede de empresários paga até R$ 12 milhões por cada pacote de fake news que viraliza no WhatsApp para influenciar as eleições a favor dos temas em volta de Bolsonaro. Eles espalham mentira sobre o Estatuto de Desarmamento (que não proíbe a compra de armas, apenas regulamenta), distorcem a natureza do auxílio-reclusão (que não é pago para o detento, é concedido para a família de presos de baixa renda que contribuíam para o INSS), sensacionalismo sobre os direitos reprodutivos das mulheres, alimentam uma polarização ideológica distorcida e chegam a barbaridade de questionar direito humanos numa manipulação grosseira do conceito. As maiores mentiras envolvem o caso do kit gay, que nunca existiu. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral), inclusive, proibiu o candidato Jair Bolsonaro de espalhar mais mentiras sobre isso.

As postagens nas redes sociais são calculadas para “causar” sensacionalismo e espalhar o terror. Há indícios da participação de Steve Bannon como consultor na campanha de Bolsonaro. Bannon é um americano especialista em criar mentiras na internet que já influiu na eleição de Donald Trump e está sendo investigado na Inglaterra por ter influenciado no Brexit (votação sobre a saída da Inglaterra da zona do Euro).

Outro ponto grave a considerar é a afirmação de que é preciso abrir mão de direitos para ter empregos. Do pouco que falou sobre economia, Bolsonaro ameaçou criar uma carteira de trabalho sem direitos nenhum. A reforma trabalhista já tem gerado muito prejuízo para os trabalhadores e devemos ser contra quem quer aprofundar essa retirada de direitos. Derrotar o programa econômico do Bolsonaro é defender nossos empregos.

A maior parte dos trabalhadores ainda não percebeu que Bolsonaro não é remédio, é fruto deste mesmo sistema e fala em retirada de direitos, carteira de trabalho ainda mais rebaixada, em vender reservas indígenas, em atacar a educação criando ensino básico à distância, o que é a maior barbaridade já dita no mundo. Muitas crianças neste país têm a sua primeira refeição do dia na escola. Paulo Guedes, o Posto Ipiranga do Bolsonaro, já falou em aumentar impostos dos pobres e diminuir o dos ricos por meio da tabela do Imposto de Renda e criar um novo imposto nos moldes da CPMF. Além de estar implicado na investigação que apura desvios dos fundos de pensão dos trabalhadores, inclusive a PETROS.

Bolsonaro disse, recentemente, que não é possível cobrar mais impostos dos ricos porque eles já pagariam muito. Certamente, é este discurso que alimenta o interesse do dono da Havan e de tantos outros empresários em alimentar uma rede de fake news a favor de Bolsonaro nas redes sociais, principalmente no WhatsApp, o Lava Zap ou Zap Gate. Mas a grande verdade é que, comparados a outros países, no Brasil os ricos pagam pouco e a classe média e os mais pobres são quem pagam mais.

É notícia nesta sexta-feira, 19, que uma milícia pró-Bolsonaro invadiu um encontro da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) exigindo que os bispos da igreja católica se posicionassem a favor de seu líder. Esses elementos são características de um Estado intolerante e violento, apesar de parte do povo achar natural se for para superar o PT.

Bolsonaro votou a favor da reforma trabalhista de Temer, da terceirização na atividade-fim e todas as medidas de Temer que congelaram os investimentos em saúde e educação por 20 anos. Portanto, é, no mínimo, mentira o candidato dizer que vai investir em saúde e educação.

O projeto econômico de Bolsonaro vai de encontro ao de Temer, que termina o governo deixando 13 milhões de pessoas (se considerarmos aqueles que desistiram de procurar emprego, o número chega a 28 milhões) e sujou o nome de 63 milhões de brasileiros por causa do superendividamento. É este neoliberalismo desenfreado que arrebentou a Argentina, onde também está tendo saques de supermercado por causa do aumento da pobreza, mas a grande imprensa não mostra porque apoiou o candidato do mercado à presidência, Maurício Macri.

Valorizamos o direito a ser oposição e a lutar contra o governo sem sermos criminalizados por isso. O caminho imediato para a classe trabalhadora é derrotar nas urnas e nas ruas o projeto extremista de Bolsonaro que prega a barbárie contra os direitos civis. A conjuntura não permite neutralidade.

Vale ressaltar que a tarefa não se encerra na eleição. Temer anda cogitando nos bastidores a votação antes do fim do ano da reforma da Previdência que acaba com a nossa aposentadoria. O novo Congresso Nacional eleito virá com uma pauta extremamente conservadora e lesiva aos nossos direitos. Portanto, a hora é de união contra os ataques que estão por vir e a distopia alimentada nas redes sociais.

Em defesa de nossos empregos, nossos direitos e nossas liberdades!

Fonte: Sindipetro-SJC

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