Contra os ataques do novo governo, vamos à luta!

A resistência já começou! A eleição de Jair Bolsonaro no último domingo (28), para a Presidência da República acirrou o ânimo de seus seguidores mais vorazes quanto à violência contra as minorias, do mercado de armas, do setor mundial de petróleo e gás e dos especuladores financeiros e privatistas.

A loucura incentivada por meio de fake news nas redes sociais do presidente eleito deu ar de autoritarismo real para uma deputada de Santa Catarina eleita pelo partido do presidente, PSL. A deputada atiçou estudantes a se rebelarem contra professores e o ensino ao insistir na farsa de doutrinação nas escolas públicas. Uma petição na internet já soma mais de 380 mil assinaturas contra a posse da deputada por crime de ódio, incitação à perseguição e narrativa mentirosa para perseguir e coibir o ensino em sala de aula a favor do pensamento de extrema direita. O MP (Ministério Público) anunciou que vai investigar o caso.

A tentativa de imposição desta narrativa já provocou a reação de estudantes, professores e militantes de universidades públicas, que são ameaças de privatização pelo governo eleito. Estudantes da USP (Universidade de São Paulo) e da UNB (Universidade Nacional de Brasília) marcharam na última segunda, 29, contra a ameaça de milícias do presidente eleito de patrulhar as universidades e impedir o pensamento livre, impondo o pensamento neoliberal.

Ontem, 30, militantes dos direitos humanos, de proteção ao meio ambiente e, principalmente dos movimentos sociais, como: MST e MTST, realizaram um ato de resistência com milhares de pessoas contra a postura do presidente eleito. Bolsonaro afirmou em mais de uma ocasião após eleito que não dialogará com os movimentos sociais e tem a intenção de criminalizar a luta por moradia na cidade e no campo.

Organizações como Greenpeace e WWF, que atuam fortemente contra o desmatamento e em defesa dos animais silvestres, soltaram notas denunciando os riscos de crimes ambientais graves e irreparáveis por meio da fusão do Ministério da Agricultura, que cede frequentemente ao lobby do desmatamento do agronegócio e do latifúndio, com o Ministério do Meio Ambiente, acuado ante o avanço da degradação ambiental.

Os riscos do governo Bolsonaro não param por aí. Ele já manifestou a intenção de impedir a demarcação de novas terras indígenas, de vender as que já existem, de agravar a reforma trabalhista criando uma carteira de trabalho fake, de avançar com as privatizações de estatais, universidades, ameaça privatizar o ensino fundamental com a criação do ensino infantil à distância e quer avançar com a reforma da Previdência. Para isso, eles não se importam em aprovar a reforma atual no Congresso nos moldes do governo Temer ou impondo mais adiante a reforma de Paulo Guedes, que é baseada no modelo que fracassou no Chile, onde, hoje, os aposentados estão absolutamente pauperizados recebendo apenas metade do equivalente ao salário mínimo.

O fato é que  barrar a reforma da Previdência, a perseguição a professores, a destruição do ensino e a privatização do patrimônio público nacional já são enfrentamentos em curso mesmo antes da posse do presidente eleito.

O que está reservado para a Petrobrás?

No que tange a Petrobrás, Bolsonaro sempre foi enfático em afirmar seu apoio à privatização irrestrita dos patrimônios nacionais pretendida e anunciada pelo Posto Ipiranga, Paulo Guedes, que é investigado por fraudes em fundos de pensão. A China, grande interessada em tudo o que poderá ser privatizado, já tem declarado abertamente interesse e pressionado Bolsonaro por mais privatizações.

O modelo e a extensão da privatização do Sistema Petrobrás pode variar. Bolsonaro falava abertamente em manter apenas a Petrobrás e privatizar o resto, as jóias da coroa. Esta é, inclusive, a posição da ala militar do governo Bolsonaro. Já Paulo Guedes não quer deixar pedra sobre pedra e quer entregar até o último tanque de combustível. Para a Petrobrás, o governo Bolsonaro será a continuação do governo Temer. Não é à toa que eles convergem sobre a reforma da Previdência. É um mesmo programa de governo que atenta contra a soberania nacional e os direitos da classe trabalhadora a favor do mercado.

Se isso não bastasse, já se começam a cogitar nomes para ocupar a presidência da Petrobras e, infelizmente, os nomes que surgem nos levam a crer que os ataques só vão aumentar.

A imprensa noticiou, nesta semana, que o preferido de Guedes pra ocupar a vaga é o economista Roberto Castello Branco, que já foi diretor da Vale e também já atuou como conselheiro da Petrobras, entre 2015 e 2016. Conhecido por suas declarações pró-privatização e favorável à redução de benefícios dos empregados.

Por tudo isso, o caminho é um só: para barrar os ataques, a classe trabalhadora vai ter que mostrar muita unidade e disposição de luta para defender seus direitos democráticos.

“Teremos tempos difíceis pela frente e devemos estar todos em alerta e preparados para resistir aos ataques que virão. Bolsonaro sempre deixou claro seu perfil autoritário e as lutas serão bastante acirradas. Mas não vamos desistir. Vamos à luta”, disse o presidente do Sindipetro-SJC, Rafael Prado.

Fonte: Sindipetro-SJC

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