Foi confirmada na manhã desta segunda-feira, 19, a escolha do economista Roberto Castello Branco para a presidência da Petrobrás. A escolha foi de Paulo Guedes, futuro ministro da economia do governo Bolsonaro. Roberto é outro “boy” de Chicago, como são conhecidos os economistas formados pela universidade mais liberal dos EUA que prega a privatização indiscriminada até a última gota.
Um artigo de Roberto Castello na Folha de São Paulo, em 2 de junho, sobre a Petrobrás exemplifica a proximidade do pensamento de Roberto Castello e Paulo Guedes. O economista defendeu a privatização da companhia ao comentar a ação do governo Michel Temer para conter o preço do óleo diesel e negociar o fim da greve dos caminhoneiros, ocorrida em maio.
Para Roberto, “uma das lições que se tira desta crise é a urgente necessidade de privatizar não só a Petrobrás, mas outras estatais”. E completou: “é inaceitável manter centenas de bilhões de dólares alocados a empresas estatais em atividades que podem ser desempenhadas pela iniciativa privada…”.
O presidente eleito Jair Bolsonaro, em poucas ocasiões em que se dispôs a falar sobre a Petrobrás, defendeu a privatização do entorno da companhia, ou seja, das subsidiárias. Já Paulo Guedes defendia a privatização completa do Sistema Petrobrás. Para isso, terá o entreguista, que o mercado gosta de chamar de “economista liberal”, a seu serviço no comando da empresa.
Roberto Castello já teve cargo de direção no Banco do Brasil, na Vale, fez parte do Conselho de Administração da Petrobrás no governo Dilma. Hoje, é diretor do Centro de Estudos em Crescimento e Desenvolvimento da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Com mais esta definição, Paulo Guedes vai dando um caráter completamente privatista à equipe econômica do governo Bolsonaro. Joaquim Levy já havia sido nomeado para a presidência do BNDES, Roberto Campos Neto para a do Banco Central e a Mansueto Almeida mantida à frente da Secretaria do Tesouro Nacional.
O próximo período, certamente, será de muitos enfrentamentos, como tem sido sempre. A formatação deste novo governo já deixa clara a necessidade de fortalecermos as organizações dos trabalhadores para a luta por nossos empregos, por nossos direitos, pelas conquistas da categoria e pela soberania do povo brasileiro ante os interesses do mercado financeiro sobre as nossas riquezas de petróleo e gás.
Em defesa da Petrobrás 100% estatal! Em defesa dos nossos empregos e conquistas! Na defesa da soberania nacional!
Fonte: Sindipetro-SJC