Reunidos durante toda a sexta-feira (24) na sede do Sindipetro-RJ, dirigentes e petroleiros dos Sindipetros da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), oposições, associações e federações de aposentados debateram estratégias para a organização da Campanha Reivindicatória 2012/2013. O principal objetivo do encontro foi a construção de um calendário e um plano de lutas unificado, reunindo os 17 sindicatos petroleiros do país.
Pela manhã e tarde, representantes dos trabalhadores debateram as estratégias de luta para a Campanha, evidenciando que somente a unidade nacional da categoria e a participação efetiva dos petroleiros nas mobilizações poderão resultar em avanços nas relações de trabalho e melhoria salarial para todos, inclusive aposentados. No final do dia, em plenária, a categoria avaliou as propostas das direções sindicais e sugeriu formas de organização do movimento, além de definir o calendário de mobilizações.
Os sindipetros da FNP entregaram oficialmente a pauta de reivindicações do ACT, à direção da Petrobrás, no dia 16 de agosto, reivindicando que a primeira reunião de negociação com o RH da empresa fosse realizada na quinta-feira (23). A Petrobrás não atendeu ao pedido e sequer marcou a data para início dos debates.
Além de petroleiros, participaram do Seminário e da Plenária trabalhadores de categorias profissionais que estão em luta por avanços nas condições de trabalho e em campanha salarial nos próximos meses, como bancários, correios, marinha mercante e marítimos.
Entre as 208 cláusulas que compõem a pauta histórica dos petroleiros, encaminhada à empresa, estão a reposição integral da inflação pelo maior índice acumulado no período, ganho real de produtividade de 10%, salário mínimo do Dieese de R$ 2.520,67 (para agosto), reposição Das perdas passadas, correções de todas as distorções da aplicação da RMNR desde 2007 e incorporação ao salário básico, periculosidade com incorporação da VP no salário básico, novo PCAC, avanço de nível para todos, incorporação na tabela salarial de todos os aumentos concedidos sob a forma de níveis, reposição dos níveis concedidos em 2004, 2005 e 2006 para todos os aposentados e pensionistas, fim da tabela congelada, hora extra para o nível superior, auxílio Amazônia, Petros BD para todos, AMS 100% custeada pela Petrobrás, combate a política de terceirização, fim do assédio moral e sexual, avanço da segurança do trabalho e fim das mortes na Petrobrás, cancelamento das demissões e punições, anistia para todos os demitidos dos governos, inclusive para os Pedevistas.
Para o secretário geral do Sindipetro-RJ e da FNP, Emanuel Cancella, quem define os limites da Campanha Reivindicatória é a cateogria: ?as direções sindicais podem cobrar da empresa, mas se a categoria não lutar, nada vai acontecer. Quando a categoria quer, ela faz e resolve?, afirmou dando como exemplo as lutas recentes dos motoristas da base do Rio de Janeiro que conquistaram salário unificado e a luta dos trabalhadores do Comperj.
Segundo Cancella, não é possível abrir mão do aumento real no salário básico e do fim da discriminação com os aposentados. A unificação das lutas, inclusive com a incorporação do calendário de lutas da Federação Única dos Petroleiros (FUP), apresentado pelo Sindipetro Rio Grande do Norte, e a proposta defendida pelo setor minoritário da direção do Sindipetro-Bahia de reivindicar a incorporação ao salá- rio básico, do abono concedido pela Petrobrás em todos os ACT´s foram apontadas como importantes.
Entre as várias propostas apresentadas, o Grupo de Base do Edita sugeriu que as reuniões entre o RH da empresa e os dirigentes sindicais sejam gravadas. Representantes dos marítimos do Sistema Petrobrás também reivindicaram a incorporação da luta pela unificação das datas bases. Atos, reuniões setoriais, atrasos, corte de rendição também foram apontados como formas de manifestação para pressionar a direção da Petrobrás.
Fonte: Sindipetro-RJ