Restos de comida fazem a Ditadura Militar reviver no Cenpes

Só na ditadura militar trabalhadores saíam das unidades da companhia em camburões da polícia. Imaginar que, em pleno século XXI, no Cenpes (Centro de Pesquisa Leopoldo Miguez), uma das mais importantes unidades da Petrobrás, no dia 19 de junho de 2012, trabalhadores foram colocados em fila indiana, revistados um a um, e três levados em carro da polícia diretamente para a prisão. Dois pagaram fiança e foram soltos e um, que não tinha dinheiro para pagar fiança, dormiu na cadeia. Imaginávamos que o pesadelo tivesse acabado. Ledo engano. No dia 29, a Justiça determinou a prisão dos três. Dois não foram localizados e um deles foi preso e levado para Bangu 1.

Nesta sexta (31), o advogado do Sindipetro, Dr Custódio, conseguiu revogar as prisões. Qual o crime cometido por esses trabalhadores, negros e moradores da baixada fluminense? Desviaram restos de comida que, segundo orientação da ANVISA, teriam como destino o lixo. O Sindipetro-RJ tem dado apoio integral a esses trabalhadores, lamenta a postura da direção da Petrobrás que como sempre ?lava as mãos? e joga toda a responsabilidade do episódio na empresa contratada Ultraserve.

Esta semana os trabalhadores da terceirizada realizaram manifestação do lado de fora da unidade em solidariedade aos colegas presos mas também contra o assedio moral praticado pela empresa através de intimidações, ameaças, etc. A situação só foi contornada com a participação do Sindipetro-RJ e representantes do CENPES/RBG, que agiram com sabedoria na busca de uma solução.

A justiça tem reconhecido a corresponsabilidade da companhia em relação as contratadas, inclusive no pagamento de passivos. Vamos levar a denúncia desse assedio moral no Cenpes às Comissões de Direitos Humanos da OAB, do Congresso Nacional, da Câmara Municipal do Rio e da Alerj.

Editorial do Sindipetro-RJ

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