O novo presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, promove uma caça às bruxas, que se intensifica a cada dia na empresa.
Em entrevista ao programa Faixa Livre, nesta quarta-feira (20), Eduardo Henrique, diretor da FNP e do Sindipetro-RJ, afirma que a gestão de Castello Branco pretende retirar de funções importantes profissionais sindicalizados.
“Há uma orientação que ainda não foi assumida pela empresa dizendo que todos os trabalhadores em funções estratégicas não podem ser sindicalizados. Ainda não colocaram no papel, não falaram claramente, mas sabemos que existe essa pressão. Alguns gerentes sindicalizados estão começando a se desassociar, queremos uma solução para isso”, apontou Eduardo, durante a entrevista.
O diretor da FNP também informou que abaixo-assinados estão sendo feitos contra a retaliação a Patrícia Laier e Carla Marinho dos cargos de consultoria, e Moara Zanetti, alocada no setor de Gestão de Pessoas, ambas afastadas das suas funções.
“Tivemos uma reunião com o RH semana passada, que agora se chama Gestão de Pessoas, e definiram que isso faz parte de uma nova política da Petrobrás de ajustar as relações com os trabalhadores. Queremos entender o que uma coisa tem a ver com a outra, mas a Carla e a Patrícia foram revalidadas como consultoras pelo processo normal em dezembro, não é um cargo permanente. A outra companheira do RH [Moara Zanetti] está efetivamente sem trabalho, tiraram ela dos projetos que estava desenvolvendo”, ressaltou Eduardo.
Para Eduardo, a iniciativa da nova diretoria da Petrobrás faz parte da estratégia para facilitar a privatização da empresa, diminuindo o poder de persuasão dos profissionais sindicalizados em funções de chefia.
“O gerente executivo de Gestão de Pessoas não é um quadro da Petrobrás. Pela primeira vez convidaram um executivo para esse cargo. Na minha visão é claro que o objetivo é preparar o caminho, atacar os trabalhadores, fragilizar a mobilização para poder aplicar o plano de venda de ativos, de refinarias, inclusive olhando nosso acordo coletivo que será em setembro. Já estão preparando para ver se o sindicato reage. Justamente agora que é hora de sindicalizar mais ainda, vamos todos de braços dados para enfrentar essa situação”, ponderou.
Ouça aqui a entrevista na íntegra de Eduardo Henrique.
Fonte: Faixa Livre