Após meses de negociações sem uma resposta concreta do governo a nenhuma de suas reivindicações, os servidores do INSS em Encontro Nacional realizado dia 02/10 em Brasília deliberaram pela realização de paralisação de 3 dias na primeira quinzena de novembro. Além da paralisação, foi deliberada a realização de um Dia Nacional de Luta pelas 30 Horas, com atraso de duas horas na abertura das agências e realização de atividades nos locais de trabalho.
A principal reivindicação dos trabalhadores é o retorno da jornada de trabalho de 30 horas semanais, sob a qual trabalharam por 25 anos e foi aumenta para 40 pelo governo Lula em 2009. À época os servidores responderam com greve, a qual foi duramente reprimida, sendo declarada abusiva pela justiça burguesa mesmo antes de começar, sofrendo repressão policial na porta das agências da Previdência Social e tendo os servidores sofrido um mês de desconto em seus salários. Segue até hoje a luta pela anistia da greve no congresso nacional por parte da Fenasps, federação que representa a categoria.
No calor dos processos de mobilização da campanha salarial do funcionalismo federal, o governo abriu um grupo de trabalho para discutir a carreira dos servidores do INSS, no qual os integrantes do próprio governo acordaram o retorno da jornada de 6 horas mediante a abertura das agências em dois turnos, além de acordarem uma integração gradativa das gratificações produtivistas e um adicional por qualificação. Porém tudo isso a
cabou se provando uma forma de enrolar os servidores enquanto seguia a luta do funcionalismo federal, pois nada disso foi incluído no orçamento de 2012, e mesmo o retorno da jornada histórica dos servidores agora é alvo de questionamentos pela procuradoria do instituto.
No dia 03/10 os trabalhadores realizaram um ato com mais de 200 pessoas representando locais de trabalho de todo o país no prédio central do INSS, arrancando uma reunião com o presidente do instituto na qual entregaram abaixo-assinado com milhares de assinaturas com as reivindicações dos servidores, tendo sido marcada nova audiência no dia 18/10.
Os trabalhadores do país inteiro vem se enfrentando cada vez mais com à política repressiva e de arrocho do governo Dilma, a qual se reflete agora nas greves do judiciário federal, correios e bancários, e se somam os processos de mobilização nas mais diversas categorias, contexto no qual se insere a luta dos servidores do INSS.