A Petrobrás, volta e meia, comemora a retomada de concursos públicos e o aumento no número de empregados nos últimos dez anos. Entretanto, o que a companhia não fala é que outro número bastante elevado, neste caso sem qualquer razão para comemorações, é o de terceirizados, as maiores vítimas da precarização das condições de trabalho e da retirada de direitos.
Entre 2002 e 2011, o número de empregados próprios aumentou 75% ? certamente um número importante e que consideramos positivo. Mas o que salta aos olhos é o número de petroleiros terceirizados, que no mesmo período subiu 175%. Os números fazem parte de um estudo realizado pelo CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura).
Em entrevista recente ao programa Roda Viva, da TV Cultura, o sociólogo Ricardo Antunes, especialista em relações de trabalho, trouxe outro número agravante: o Brasil tem hoje 10 milhões de trabalhadores terceirizados.
Para Antunes, este número é reflexo de uma precarização trabalhista mundial. ?Terceirização não é sinônimo de informalidade, mas se torna informal muito fácil. Há terceirização dentro da empresa e fora da empresa?. E lembra. ?Há casos em que o trabalhador procura os seus direitos e a empresa já nem existe mais?.
Veja abaixo a entrevista completa do sociólogo, um dos mais importantes nomes do Brasil quando o assunto são sindicatos e relações de trabalho: