Comissões temáticas: terceirização e SMS

A reunião começou com o preâmbulo, em que a FNP expões preocupação com a terceirização na área operacional e as consequências dessa prática, além de problemas que podem ocorrer se as operações das plataformas forem feitas por empresas privadas.

A FNP também denunciou a precarização dos salários e das condições de trabalhos dos terceirizados na Petrobrás. Não só porque o terceirizado vai fazer trabalhos com risco de vida, mas também pela sua pouca disponibilidade de treinamento.

Terceirizados em condições de trabalho análogas às de escravo também foi alvo de crítica durante a reunião. 

Outro ponto questionado pela Federação Nacional foi sobre a insolvência dos contratos, situação que leva os terceirizados a trabalharem quase de graça. “Temos que valorizar mais essa Comissão aqui para melhorar a vida dos terceirizados”, destacou diretores da FNP.

A lei da terceirização, que autoriza a terceirização irrestrita, foi destaque na reunião, levando em conta os riscos que essa prática poderá causar na segurança dos trabalhadores.

Representantes do departamento de Gestão de Pessoas da Petrobrás afirmaram que precisam pensar numa forma efetiva de resolver os problemas, mas não conseguem dar conta de todas as demandas da área.

“Nós estamos tentando. Tudo que nós podemos fazer, estamos fazendo”, explicou representante de Terceirização na empresa.

A FNP também pontuou, com preocupação, a alimentação dos terceirizados, considerada de péssima qualidade.

A contaminação da água no Edicin, em março deste ano, aconteceu devido a uma conexão indevida do sistema de água de reúso no sistema de abastecimento – um erro de implantação do projeto, existente há anos (por sorte o sistema de reúso estava inativo até março). Os serviços de manutenção e operação do abastecimento de água são todos terceirizados, e estas empresas nunca identificaram o problema. Uma empresa contratada nunca terá o o mesmo zelo e capacidade que a própria Petrobrás teria, em caso de primeirização desta atividade.

Já em específico à pauta da reunião, a FNP apresentou demandas dos terceirizados de Belém e de Manaus, que estão com problemas nos contratos de trabalho.

A FNP também cobrou uma solução da empresa sobre a situação dos trabalhadores terceirizados do Terminal Alemoa e na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), submetidos a condições precárias de trabalho, além de questões envolvendo desvio de função em Alemoa e em Pilões.

Também foi cobrado um seminário sobre os terceirizados da Petrobrás.

SMS

Na parte da tarde, a FNP voltou a sentar com o RH, dessa vez para debater demandas de SMS.

A reunião iniciou com a fala de um representante da gerência de Saúde da empresa, que explicou o motivo que levou a descontinuação dos Centros de Promoção de Saúde (CPS), prevista para acontecer a partir de 1º de junho. Transitoriamente, trabalhadores serão atendidos por reembolsos em academias externas.

De acordo com a gerência, um novo modelo de CPS ainda será proposto, que tem como objetivo fazer os funcionários se exercitarem mais.

Na reunião de AMS, realizada na última quarta-feira (8), empresa já tinha alegado que o custo benefício da CPS era muito alto.

A FNP afirmou, em mesa, que os CPS caracterizam uma conquista da categoria e não poderia ser descontinuado. “Investimentos em saúde e em bem-estar melhoram a vida do trabalhador, não deveria ser tratado como custo somente, até por que é um benefício que traz vantagens para empresa como aumento da produtividade e menos adoecimento tanto físico, quanto mental”, contestou a Federação Nacional.

“Com o novo modelo de CPS, a ideia é ofertar um número maior de atividades físicas a um número ainda maior de trabalhadores, além de promover uma alimentação mais saudável. Achamos que esse é o melhor caminho”, informou a gerência de Saúde. A FNP afirmou que uma forma de atender mais trabalhadores seria fazer um modelo misto com reembolso e o Centro de Promoção de Saúde .  

Segundo a gerência, ainda nesta quinta (9), a empresa enviará uma pesquisa para os trabalhadores, em que ele poderá responder qual atividade física mais gosta, além de outros questionamentos, com intuito de entender qual modelo de CPS é mais adequado para a empresa adotar. A FNP solicitou uma apresentação com os dados da pesquisa.

Em seguida, algumas demandas de SMS, colocadas na última reunião sobre o tema, foram pleiteadas mais uma vez.

FNP questionou o ocultamento de casos de acidentes de trabalho e solicitou uma apresentação sobre os acidentes anuais.

PPP

A FNP também cobrou uma explicação sobre as alterações na metodologia de dosimetria de ruído, impactos no PPP e na aposentadoria especial.
“Em outras palavras, mais uma vez, a Petrobrás altera a aposentadoria especial dos petroleiros”, criticaram representantes da FNP. “Queremos saber qual é o conteúdo da consulta feita ao INSS”, cobrou os representantes da Federação Nacional.

Benzeno

FNP questiona mais uma vez sobre o alto índice de exposição dos trabalhadores ao benzeno e a negligência dos gestores da Petrobrás com a vida dos petroleiros. Relatos sobre casos de trabalhadores com câncer também foram feitos.

Urucu

Outro ponto bastante criticado pela FNP foi a decomposição dos alimentos na Província do Urucu destinados à alimentação da categoria, situação que resultou em intoxicação alimentar de vários trabalhadores.

Segundo a Petrobrás, foi detectado alimentos vencidos no estoque sim, porém, esses alimentos não foram liberados para ninguém.

FNP contestou a resposta e relatou o adoecimento de mais de 80 trabalhadores, com diarreia e vômito, consequência da ingestão de alimentos vencidos.

Outros temas também foram debatidos, como: dificuldade de embarque de representantes do sindicato nas CIPAS das plataformas; implementação da NR37 nas plataformas sem envolver as CIPAS; alteração do padrão de fornecimento de água nas plataformas; falha de atendimento médico na plataforma de Merluza; e investigação de acidente no CENPES.

Novos pontos

A FNP criticou o programa “Amigo do Peito”, que cria um ambiente hostil entre os trabalhadores.

Por último, a FNP fez novos questionamentos, dentre eles: conduta de SMS (punição, demissão); problemas com braços de carregamento no Terminal de São Sebastião (São Paulo); problemas no preenchimento de PPP; relatório de acidentes;

Na sexta (10), FNP participa da reunião de anistia, a partir das 9h.

 

 

 

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