Os petroleiros e petroleiras da Revap (Refinaria Henrique Lage) entraram em estado de greve, nesta quinta-feira (30), contra a retirada de direitos do ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) proposta pela Petrobrás. A proposta da empresa, que prevê liberdade para demissão em massa, reajuste salarial zero e ainda retira uma série de direitos, foi rejeitada em assembleia por ampla maioria.
Além disso, os trabalhadores também atrasaram a entrada na refinaria nem cerca de 1h30, em protesto contra a reforma da Previdência e em apoio às manifestações que aconteceram ontem (30), em todo o país, em defesa da educação pública e de qualidade.
As assembleias ainda estão ocorrendo, mas a maioria dos trabalhadores já foi consultada e aprovou a mobilização. Já aconteceram assembleias com os trabalhadores do Administrativo e dos grupos 1, 2 e 3. O Grupo 4 será consultado na noite desta quinta. Trabalhadores da Transpetro (Taubaté) participam de assembleia nesta sexta (31) e a última será com o Grupo 5, na segunda-feira (3).
Na terça-feira (4), uma assembleia na sede do Sindicato, seguida de uma reunião do comando de mobilização encerra a consulta entre os trabalhadores. Também foi aprovado assembleia permanente.
“Os petroleiros e petroleiras deixaram claro que não aceitarão os ataques da empresa, que veio com tudo na negociação tentando retirar direitos históricos que foram conquistados às custas de muita luta. Estamos oficialmente em estado de greve e com a unidade entre FNP e FUP, vamos pressionar a Petrobrás a manter os direitos, empregos e o reajuste salarial”, disse o presidente do Sindipetro-SJC, Rafael Prado.
A mobilização aprovada na assembleia é mais um passo na construção da Greve Geral de 14 de junho, que ocorrerá em todo país e já foi aprovada pela categoria no 12º Congresso Nacional da FNP, realizado no início do mês.
Repressão policial
O Sindipetro-SJC e os petroleiros repudiam a ação da Polícia Militar que tentou inviabilizar a realização da assembleia, um direito fundamental de todo trabalhador.
Orientada pela Petrobrás, a PM usou de intimidação e impediu que os diretores do Sindicato entrassem nos ônibus para conversar com os petroleiros sobre a assembleia.
“Os diretores do Sindipetro nunca usaram de truculência para impedir a entrada dos petroleiros na refinaria. Apenas entramos nos ônibus e convidamos os trabalhadores para as mobilizações, tentamos sensibilizá-los para a necessidade de união. Por conta disso, a ação da PM foi desnecessária, desproporcional e tem todo nosso repúdio”, disse o diretor Júlio César Araújo.
Fonte: Sindipetro/SJC