Em assembleia na noite desta terça-feira (4), petroleiros e petroleiras do Litoral Paulista aprovaram por ampla maioria de votos adesão à greve geral de 14 de junho contra a reforma da previdência. Em plena campanha reivindicatória, a categoria também debateu e votou a 1ª proposta de ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) apresentada pela direção da empresa.
Com reajuste zero no salário e uma brutal retirada de direitos, que visa facilitar a venda das refinarias e o desmonte da companhia, a proposta foi rejeitada pela esmagadora maioria. Como consenso, está a avaliação de que a proposta apresentada já nasceu morta e caiu como uma ofensa aos trabalhadores. Sintoma deste sentimento, a tradicional leitura na íntegra dos itens propostos foi descartada, uma vez que já se conhecia o tamanho do ataque aos direitos adquiridos após anos de luta.
Com bom público e muito representativa, com a participação de petroleiros aposentados, pensionistas e ativos de todas as bases e diversos setores, também foram votados e aprovados outros dois itens na assembleia: estado de greve e assembleia permanente, o que permitirá à categoria maior flexibilidade para dar continuidade e intensificar as mobilizações nas unidades da empresa.
A categoria petroleira, que compareceu em peso nos atos em defesa da educação nos dias 15 e 30 de maio, em Santos, não teve dificuldades para compreender a importância da greve geral. Diante de tantos ataques, por um lado, e da abertura de um processo de mobilizações com a juventude à frente, de outro, seria um grande erro não aproveitar este momento de fortalecimento da resistência aos retrocessos que o governo tenta impor.
Por isso, mais uma vez, os petroleiros respondem à altura os enormes desafios do atual momento e se somam à mobilização nacional em defesa das aposentadorias, contra os cortes na educação e em defesa da soberania nacional. O Brasil vai parar e as unidades da Petrobrás, na Baixada Santista e Litoral Norte, amanhecerão com os trabalhadores do lado de fora, de braços cruzados!
Plataformas e unidades operacionais
Para contemplar os trabalhadores que não poderiam participar da assembleia na sede e subsede, em virtude da escala de turno, os dirigentes sindicais também realizaram a votação em todas as unidades de terra no período da tarde e início da noite desta terça-feira (4). Além disso, ontem (3) foram consultados os trabalhadores que estão embarcados nas plataformas de Merluza, Mexilhão, P-66, P-67, P-68 e P-69.
Palestras qualificam debate
O Sindicato abriu a assembleia com a apresentação de duas palestras. Eric Gil Dantas, do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (IBEPS), compartilhou dados sobre negociações de outras categorias e cenário econômico do país (confira aqui a apresentação), e o advogado José Henrique Coelho abordou o direito de greve diante do atual estágio de criminalização das lutas e restrição às liberdades democráticas.
Além de qualificar o debate com dados e informações importantes, a intenção é preparar a categoria para o duro enfrentamento que teremos ao longo da campanha reivindicatória contra a direção da Petrobrás. Sabemos muito bem que, diante de um governo entreguista e inimigo dos trabalhadores, não faltarão artifícios para nos dividir e derrotar. Por isso, de nossa parte, precisamos nos organizar e buscar todas as informações que fortaleçam a nossa luta.
O desafio que enfrentamos neste ano será tão ou mais difícil que o encarado nas greves da década de 1990, especialmente em 1995. Mas a categoria é forte, tem tradição de luta e demonstrou que sobra disposição para lutar contra a privatização da Petrobrás, a destruição do nosso acordo coletivo e a reforma da previdência. Vai ter luta!
Confira abaixo a votação completa
– Assembleia Geral Permanente
Sede – 141 a favor
Subsede – 13 a favor
Merluza – 14 a favor
Mexilhão – 27 a favor
P-66 – 34 a favor
P-67 – 34 a favor e 2 contra
P-68 – 50 a favor
P-69 – 34 a favor
RPBC – 56 a favor
Alemoa – 10 a favor
Pilões – 02 a favor
Tebar – 9 a favor
UTGCA – 48 a favor / 1 contra / 3 abstenções
Total – 472 a favor / 01 contra / 05 abstenções / Total geral – 478
– Greve Geral no dia 14 de junho
Sede – 140 a favor / 1 abstenção
Subsede – 12 a favor / 1 abstenção
Merluza – 14 a favor
Mexilhão – 27 a favor
P-66 – 34 a favor
P-67 – 27 a favor e 9 contra
P-68 – 29 a favor / 8 contra / 13 abstenções
P-69 – 30 a favor / 4 contra
RPBC – 53 a favor / 2 contra / 1 abstenção
Alemoa – 10 a favor
Pilões – 01 a favor / 1 abstenção
Tebar – 9 a favor
UTGCA – 48 a favor / 1 contra / 3 abstenções
Total – 414 a favor / 21 contra / 43 abstenções / Total geral – 478
– Proposta da empresa
Sede – 1 a favor / 140 contra
Subsede – 13 contra
Merluza – 14 contra
Mexilhão – 27 contra
P-66 – 34 contra
P-67 – 34 contra
P-68 – 1 a favor / 49 contra
P-69 – 34 a favor
RPBC – 56 contra
Alemoa – 10 contra
Pilões – 02 contra
Tebar – 9 contra
UTGCA – 52 contra
Total – 36 a favor / 440 contra / 01 abstenções / Total geral – 478
– Estado de greve
Sede – 141 a favor
Subsede – 13 a favor
Merluza – 14 a favor
Mexilhão – 27 a favor
P-66 – 34 a favor
P-67 – 28 a favor / 8 abstenções
P-68 – 44 a favor / 02 contra / 4 abstenções
P-69 – 31 a favor / 3 contra
RPBC – 56 a favor
Alemoa – 10 a favor
Pilões – 02 a favor
Tebar – 9 a favor
UTGCA – 47 a favor / 1 contra / 3 abstenções
Total – 457 a favor / 06 contra / 15 abstenções / Total geral – 478