Na tarde desta segunda-feira (25), no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ), Centro do Rio, foi realizada a primeira audiência de conciliação no processo que a Petrobrás move por danos morais e materiais contra três dirigentes sindicais e um petroleiro da CIPA, porque tentam impedir via Judicial a venda de ativos importantes da companhia: suas refinarias.
Os diretores do Sindicato Eduardo Henrique, Natália Russo, Igor Mendes, além do cipista Marcelo Bernardo são alvos de processos individuais em que a Petrobrás cobra R$ 120 mil de cada.
“Foi cumprido o nosso papel de vir aqui no Judiciário e participar desta audiência, mas a mediação foi concluída sem que as partes chegassem a um acordo. Nós entendemos que não seria cabível uma mediação neste momento e a Petrobrás, por sua vez , entende que também não seria possível uma mediação. Agora o processo irá seguir seu curso normal que terá a apresentação das defesas, tendo um prazo de 15 dias para apreciação das defesas e será marcado uma nova audiência, mas já no curso do processo para julgamento de mérito” – explicou a advogada da assessoria Jurídica do Sindipetro-RJ, Karina de Mendonça Lima.
A Petrobrás através de seus advogados não demonstrou qualquer interesse em promover um acordo no encontro promovido no modelo de Conciliação Pré-Processual.
“A Petrobrás quer continuar intimidando os trabalhadores e os sindicatos, e da nossa parte vamos continuar a defender a Petrobrás, defender as refinarias e continuar com as ações em defesa do patrimônio da empresa” – reafirmou Eduardo Henrique, diretor do Sindipetro-RJ.
A luta não é só em defesa do patrimônio da Petrobrás e do Brasil que está sendo entregue pelo governo Bolsonaro, sob a tutela neoliberal de Paulo Guedes.
‘Estamos lutando contra um processo de perseguição e intimidação a todos aqueles que se opõem a venda imoral do patrimônio público. Então agradecemos a todos os companheiros da categoria que estão compartilhando o nosso vídeo denúncia, que estão assinando a petição eletrônica e somando-se a nossa luta em defesa da Petrobrás. São vários colegas que estão sendo atacados como consultores, não deixando de citar o caso das diretoras do Sindipetro-RJ , Carla Marinho e Patrícia Laier que tiveram suas consultorias retiradas pela direção da empresa, mas que conseguimos reverter a situação de ambas na justiça. Também podemos citar outros diretores do Sindicato que estão sob perseguição da direção da empresa como: Antony Devalle, Moara Zanetti , Vinícius Camargo e vários outros colegas que convivem com algum tipo de intimidação por parte da empresa. Mas o recado está dado: ninguém vai ficar para trás e vamos continuar na luta, defendendo o patrimônio público com toda a força necessária.
Por fim, é preciso alertar aos companheiros das refinarias para que se atentem ao que está acontecendo na BR Distribuidora. A empresa que recentemente foi privatizada está implementando um programa de demissões e retirada de direitos. O presidente da empresa, Rafael Grisolia, disse em teleconferência aos funcionários que eles só saberão se terão lugar na nova estrutura da empresa após o prazo de adesão ao PDO. Afirmou ainda que poderá haver demissões após o plano e que quem permanecer na empresa deverá ter sua remuneração adequada aos patamares de mercado
Se quisermos de fato resistir e defender as refinarias, precisamos ter plena consciência da nossa força como categoria e lutar de todas as formas para garantir o futuro da Petrobrás e de nossos empregos.
Resistir é lutar, não à privatização do Petrobrás!
Fonto: Sindipetro-RJ