A onda de acidentes no Sistema Petrobrás parece não ter fim. Um derramamento de óleo assumido pela Petrobrás foi registrado na manhã da última sexta-feira em um dos dutos que ligam as instalações da Refinaria Landulpho Alves ao Terminal de Madre de Deus, na região metropolitana de Salvador (BA).
O comando do 2º Distrito Naval da Marinha informou, em nota, que tomou conhecimento da mancha de óleo no mar no início da tarde de sexta. O órgão foi avisado por pescadores da praia de Caípe de Baixo, localizada no interior da Baía de Todos os Santos, no município de São Francisco do Conde (BA).
Assim que informada, uma equipe de Inspeção Naval da Capitania dos Portos da Bahia (CPBA) foi enviada ao local do incidente, a fim de averiguar a localização e extensão da referida mancha. Em paralelo, a Marinha efetuou contatos com a Refinaria Landulpho Alves, da Petrobrás, localizada nas proximidades da área do derramamento, e com o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema), a fim obter mais informações e acompanhar as providências tomadas.
Ao chegarem ao local, inspetores da CPBA encontraram equipes da Petrobrás trabalhando na contenção e limpeza da mancha de óleo, sendo possível observar apenas resquícios do material sobre a superfície do mar. Em relatório encaminhado, a Petrobrás assumiu a responsabilidade pelo ocorrido e estimou o volume derramado em aproximadamente 0,13 m³.
Pescadores vão entrar com ação contra a Petrobrás
O clima neste sábado, 3, em São Francisco do Conde (Grande Salvador) era de preocupação – além de tristeza e indignação – por parte dos pescadores e marisqueiros da região. Reunidos na área de praia e manguezal às margens da Baía de Todos-os-Santos, eles acompanhavam o trabalho das equipes da Petrobrás que tentam reduzir os danos causados por um vazamento de óleo na Praia de Caípe.
De acordo com Edival da Silva, pescador que identificou o vazamento, o problema começou às 17h da última quinta-feira. “Na manhã de sexta, a praia já estava negra de óleo, mas os homens da Transpetro (Petrobrás Transporte S/A) só começaram a limpeza muitas horas depois”, reclamou Edival.
Os prejuízos começaram no primeiro dia do vazamento, com a morte de peixes e mariscos. “Não temos como trabalhar”, lamentou Neilda de Jesus, presidente da Associação de Pescadores e Marisqueiras de Caípe. Segundo ela, clientes não querem nem mariscos catados um dia antes do acidente, por medo de contaminação. Outro problema é o mal-estar causado, principalmente às crianças, pelo forte cheiro.
Segundo os moradores locais, em situações anteriores semelhantes, a Petrobras distribuía cestas básicas e disponibilizava hospital com ambulância para amenizar os problemas. No entanto, de acordo com a líder comunitária, até o final da manhã de ontem os responsáveis não se pronunciaram.
“Eles alegaram apenas que isso seria responsabilidade da prefeitura, já que é pra onde a Refinaria repassa a verba destinada a isso. Mas ainda não vimos ninguém aqui”, afirma Neilda.
Empresas – A Transpetro, subsidiária da Petrobrás, divulgou nota informando que o reparo no duto que liga o Terminal de Madre de Deus à Refinaria Landulpho Alves tinha sido concluído.
Fonte: Portal Terra e Jornal A Tarde