Uma falha, que a Revap classificou de “instabilidade operacional”, lançou labareda de cerca de 10 metros pela chaminé da refinaria e assustou moradores vizinhos no último dia 23 de novembro. Uma nuvem de fumaça foi lançada na atmosfera por mais de duas horas.
As obras de ampliação/modernização da refinaria tinham como justificativa exatamente o aumento da segurança operacional, mas não é isso o que ocorre. Já é o terceiro incidente deste tipo só este ano. A Revap teria sido multada em R$ 534,4 mil pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado) do ano passado pra cá. Só com relação a este último caso, a multa teria sido de R$ 184,4 mil. Independentemente do valor da multa, que ninguém sabe se é paga, pois não existe comprovação, a Revap está operando precarizada.
O relatório burocrático da Cetesb diz que houve “instabilidade no sistema termoelétrico da refinaria, que através de seu sistema de segurança promoveu a parada de unidades produtivas. Tal fato propiciou o alívio de hidrocarbonetos para o sistema de tocha”.
Ora, mas isso não ocorreu do nada. A causa deste tipo de incidente nós estamos denunciando e parece que vamos ter que acusar a Petrobrás criminalmente para ver se resolve.
A precariedade da segurança na Revap é tão grande que a refinaria está sendo investigada pelo Ministério Público porque estaria contaminando o solo e as águas subterrâneas em oito áreas da refinaria.
A apuração começou em setembro com base nas nove autuações aplicadas pela Cetesb contra a refinaria, entre 2010 e 2012.
No Litoral Paulista, por exemplo, a situação é a mesma. Dois incêndios ocorreram na refinaria em outubro em apenas três dias de intervalo. o sistema OSPLAN, usado para a transferência de produtos leves, não estava configurado como deveria.
Faltam trabalhadores, falta treinamento, o número de operadores é baixo, a manutenção não é suficiente, a pressão por produção compromete a checagem de equipamentos e procedimentos, a gerência força a barra para a emissão de PT's, o assédio moral ataca a eficiência dos grupos de trabalho e faltam até peças de reposição. Chega a faltar até parafusos, porcas de compressão!
Nós estamos operando no limite de uma tragédia! É isso o que qualquer laudo sobre acidente ou incidentes na Petrobrás tem que mostrar.
Fonte: Sindipetro-SJC