Mesmo com o novo processo de repactuação, a parceria entre Petrobrás, Petros e FUP para retirar direitos dos petroleiros felizmente, mais uma vez, naufragou.
Segundo informações divulgadas pela Petros em seu site oficial, o novo processo de repactuação teve a adesão de apenas 12,12% do público-alvo que a companhia visava atingir. No total, aderiram à repactuação 2.647 participantes e assistidos, sendo que o total de trabalhadores (entre ativos, aposentados e pensionistas) que poderiam repactuar era de 21.836 pessoas.
Levando em consideração apenas os empregados da ativa, o percentual de novos repactuados é ainda menor. Dos 4.636 petroleiros que poderiam repactuar, apenas 158 resolveram aderir ao plano. Isso representa ínfimos 3,41%.
Dos 12.582 aposentados que poderiam repactuar, apenas 1.227 aceitaram o Termo de Compromisso proposto pela Petros. Isso representa 9,75 do público que poderia ser atingido neste setor da categoria. Número superior de adesões foi encontrado apenas entre as pensionistas. Neste segmento, a adesão foi de 27,38% ? das 4.602 pensionistas, 1.260 resolveram aderir ao plano.
Mesmo assim, ao contrário do que diz a FUP, mesmo este número é pequeno e reflete, ainda, uma triste realidade dessas companheiras: diante de um enforcamento financeiro crescente dessas companheiras, que já amargam uma defasagem salarial superior a 40%, somadas aos 17 anos sem aumento real, uma parcela dessas aposentadas sucumbiu à repactuação por conta dos R$ 15 mil, dados sob a forma de ?incentivo?. Entretanto, todos sabem que se trata de uma espécie de indenização, já que o participante/assistido está abrindo mão de direitos.
RH TENTA ESCONDER FIASCO
O prazo para novas adesões acabou em 11 de outubro e, curiosamente, o RH da empresa, que tanta propaganda fez do novo processo em seu site para os empregados, nem mesmo se deu ao trabalho de divulgar os números finais. Provavelmente, porque a campanha foi um fiasco.
Toda a propaganda na internet, com cartilhas e vídeos, além das correspondência via Correios, foram insuficientes para o triunvirato Petrobrás/Petros/FUP chegar ao seu objetivo: romper definitivamente o vínculo do assistido, do aposentado e da pensionista com a Petrobrás.
A MENTIRA PERMANECE
Durante o primeiro processo de repactuação, ainda em 2006, a companhia havia afirmado com todas as letras que a Repactuação seria validada apenas se houvesse adesão de 95% dos participantes. Evidentemente, isso não ocorreu e, diante desse cenário desfavorável, a FUP insistiu e pediu uma nova campanha. Então, em 2007 foi feito um novo processo, que fracassou neste objetivo. Agora, em 2012, mais uma vez a campanha é derrotada.
Este resultado demonstra o amadurecimento da categoria. Os petroleiros não se enganam: repactuar é abrir mão de direitos.