Com uma nova estratégia de negociação, FUP, empresa e Governo tentam quebrar as negociações em duas partes: um acordo para o reajuste da inflação e outro acordo para as demais cláusulas e reajuste real.
Todos sabem que, há cerca de um mês, o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, deixou claro que as empresas públicas (Correios, BB, CEF e Petrobrás) só receberiam a inflação. É exatamente o que está acontecendo. Neste sentido, se aceitarmos esta manobra estaremos, como diz o ditado popular, ?cavando a própria cova?.
A empresa está seguindo a cartilha do Governo e a FUP, o que não é novidade, também. Conscientemente, FUP e Petrobrás investem pesadamente contra um antigo anseio da categoria: a construção entre os 17 sindipetros de uma mesa única de negociação e calendário único de lutas. A FNP sempre esteve disposta a construir esta unidade, mas até agora nenhum dos chamados feitos à FUP foi respondido.
Ao propor e aceitar acordos separados, os governistas desarmam e dividem a categoria na campanha salarial. Os aposentados, por exemplo, já sairiam perdendo com este acordo, pois o termo de compromisso feito pela Petrobrás sacramenta, novamente, a tabela congelada aos aposentados e pensionistas que não repactuaram.
Se esta lógica virar rotineira, significa que todo ano teremos acordos somente para reajuste da inflação. Tal prática já foi utilizada pelo Governo e pelos Correios quando os trabalhadores desta empresa pública foram forçados a assinar um acordo salarial válido por 2 anos somente com reajustes inflacionários. Coincidentemente, o mesmo grupo sindical que comanda a FENTECT, federação que representa os trabalhadores dos Correios, é o que comanda a FUP. A mesma linha de pensamento, os mesmos comparsas.
Esta campanha não será fácil. Temos contra nós muitos adversários. A patronal (Governo e Petrobrás) e a direção traidora (FUP). Por isso, devemos lutar com todas as nossas forças por um acordo melhor. O que não dá é aceitar o jogo da Empresa.