Em 10 meses, três trabalhadores mortos. Este é o balanço da Revap, em SCJ

Em 10 meses, o parque operacional da Refinaria Henrique Lage ceifou a vida de três trabalhadores em acidentes de trabalho. Nos parece, que por acontecer com um certo intervalo de tempo, isso não comove e não leva a nenhuma mudança ou reflexão.

Tudo continua como antes no vai e vem diário, mas na verdade três famílias vão arrastando suas existências sem seus entes queridos. São mortes violentas e claro que há boletim policial aberto, mas não temos informação como e para onde se caminham os referidos inquéritos. O que queremos reavivar no íntimo de cada companheiro é um balanço destes 10 meses tão ricos em infortúnios. Será que é infortúnio a palavra?

?Vamos aos Fatos?
1. Nestes 10 meses, três trabalhadores de contratadas perderam a vida em acidentes de trabalho;
2. Um trabalhador da Petrobras afastado em tratamento de um câncer veio a falecer;
3. Dois trabalhadores petroleiros aposentados faleceram de câncer;
4. Um trabalhador petroleiro aposentado morreu após transplante de fígado. Na ativa, quatro mortes: três por acidente e uma por possível e provável ?doença ocupacional? não diagnosticada e muito menos investigada. Entre os aposentados, dois mortos por ?câncer? não investigado e um por doença hepática também não investigada.

Vejam a nossa realidade: a mão de obra é insuficiente entre os trabalhadores da própria Petrobras. O nosso efetivo, hoje, não atende, não supre a necessidade. No campo das empreiteiras, há um número de trabalhadores que é o triplo de trabalhadores próprios abandonados na área operacional, quase sempre sem treinamento, sem conhecimento mínimo da área em que trabalham e pelo nosso próprio efetivo sem acompanhamento, abandonados a própria sorte.

Esta última morte, como as outras duas, motivou, novamente, a formação de uma comissão de investigação, que, como sempre, apresenta o termo chave: ?foi uma fatalidade?. Deixamos a todos três questionamentos e nem esperamos o término da tal comissão:

1. Ao tentar desconectar a mangueira, não teria esta que estar totalmente despressurizada?
2. Diante da afirmação, ?o trabalhador assustou-se?, era a primeira vez que realizava a operação?
3. Por que no acidente, ao cair, o trabalhador chocou a parte de trás da cabeça, mas também apresentou um profundo e longo ferimento em sua face, região dos seios da Face?

Esperamos que o laudo da autópsia não desapareça. Já vimos isso acontecer muitas e muitas vezes. Ficam estas três perguntas as quais temos plena certeza de que a gerência-geral da Revap tem a obrigação de responder antes que mais uma morte tenha seu inquérito policial arquivado e a vida do trabalhador seja mais um esquecido número nesta longa e fúnebre caminhada.

Fonte: Imprensa Sindipetro-SJC

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