No 1º dia da CNPBz em Brasília, trabalhadores relatam boicote da Petrobrás

O primeiro dia de reunião da Comissão Nacional Permanente do Benzeno (CNPBz), que acontece entre quarta (05/12) e sexta-feira (07/12), na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC), em Brasília, começou em clima de indignação.

Na plenária, os participantes relataram as dificuldades impostas pelas gerências locais para liberar a participação na CNPBz dos trabalhadores que integram os GTBs locais. Reflexo desse bloqueio, boa parte dos trabalhadores presentes era formada por dirigentes de sindicatos petroleiros e de frentistas. No caso da Petrobrás, tal bloqueio foi orquestrado mesmo após o acordo fechado pelo movimento sindical com o Corporativo da Petrobrás, durante as reuniões do Grupo de Trabalho de SMS, de que seria enviado no mínimo um componente de cada GTB.

No caso do Litoral Paulista, por exemplo, além dos diretores do Sindicato, apenas Merluza enviou integrantes do GTB para a comissão ? no total, dois componentes. Mesmo assim, apenas após muita pressão do Sindicato. A motivação é, sem dúvida, o Seminário Nacional do Benzeno, que também está sendo realizado em Brasília. O encontro, como já denunciado na reportagem anterior (leia aqui), servirá para que institutos chapa branca, financiados pelas petrolíferas e outras corporações, endossem e defendam o interesse do patronato: substituir o critério qualitativo pelo quantitativo no que se refere à exposição ao Benzeno.

Outra dificuldade imposta pela companhia que também foi relatada é a pendência com a Ata da reunião realizada em Salvador, quando houve visita técnica à RLAM, refinaria que enfrenta uma situação crítica em relação ao Benzeno. A aprovação da Ata, que deve ser feita por consenso entre as bancadas (trabalhadores, governo e patronal), até agora não foi feita por causa da bancada patronal.

Com a alegação de que a ata está ?detalhada demais?, justamente a função de tal documento, os representantes das empresas não querem criar (e oficializar) provas contra a patronal. Por isso, até hoje se recusam a aprovar a ata.

Para a bancada de trabalhadores, tal postergação é inconcebível e reflete o descaso da bancada patronal com o tema. Antes disposta ao diálogo (mesmo que apenas formalmente), agora a Petrobrás deixa claro sua intenção de esvaziar a comissão ao tomar atitudes de maneira unilateral e ao boicotar, inclusive, as comissões regionais do Benzeno.

O balanço da bancada de trabalhadores é de que o boicote, antes aplicado pelas gerências locais de maneira desigual, hoje está sendo realizado de maneira orquestrada em nível nacional. Justamente para cumprir o maior objetivo da Petrobrás e a razão pela qual criaram o Seminário Patronal: estabelecer um limite de tolerância para o Benzeno.

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