CNPBz resgata história dos GTBs e promove troca de experiência entre os participantes

Para quem acredita que as dificuldades impostas pela companhia aos ativistas que lutam contra o Benzeno são uma novidade, o 2º dia de debates da Comissão Nacional Permanente do Benzeno, realizada em Brasília, provou o contrário.

Iniciando os trabalhos desta quinta-feira (06/12), a pesquisadora da Fundacentro, Arline Arcuri, fez um breve apanhado do histórico de formação dos GTBs suficiente para demonstrar que, ao longo dos anos, a bancada patronal sempre tentou bloquear o avanço das discussões sobre o tema, bem como a organização dos trabalhadores.

Realizada em 1998, a primeira oficina de GTB aconteceu antes mesmo do 1º Seminário Internacional do Benzeno, ocorrido no mesmo ano ? sendo que este, ao contrário do realizado neste ano, foi de fato construído de maneira tripartite. ?Desde aquele período, sempre houve resistência da bancada patronal para as nossas iniciativas. Inclusive, para a realização das oficinas e para o reconhecimento das comissões regionais?, lembra Arline.

Outra informação curiosa e que salta aos olhos é que dez anos atrás, em 2002, um dos princípios básicos do I Encontro Nacional das Comissões do Benzeno era de que as comissões deveriam estimular a participação de GTBs nas suas reuniões. Ou seja, em uma triste ironia, o movimento sindical enfrenta hoje justamente a tentativa por parte da bancada patronal de esvaziar ao máximo a participação dos trabalhadores que integram esses grupos nas reuniões das comissões regionais e da comissão nacional.

O segundo dia de discussões foi reservado também para o Encontro Nacional dos GTBs, oportunidade importante para observar e analisar o funcionamento dos GTBs espalhados pelo país. Durante boa parte do dia, os participantes trocaram experiências e relataram os avanços conquistados e as dificuldades encontradas nos locais de trabalho, nas atividades das CIPAS e nas reuniões regionais das comissões.

O balanço da realidade encontrada nas diversas unidades da Petrobrás foi feito por meio de apresentações dos integrantes dos GTBs. Na ocasião, foram alvo de discussão unidades como a Inova, RLAM, REPAR, REDUC, RECAP e plataforma de Merluza e RPBC. Adaedson Costa, diretor do Sindipetro-LP, ressaltou como uma das ferramentas fundamentais para a batalha contra o Benzeno e as armadilhas criadas pela patronal a conscientização dos trabalhadores e das comunidades locais.

?Além de fortalecer as comissões e investir na formação dos trabalhadores que integram os GTBs, temos outro trabalho ainda mais difícil e ousado que deve ser encarado: conscientizar a força de trabalho e a população. Sabemos que a dificuldade é grande, mas é preciso encarar essa necessidade, pois sozinhos não conseguiremos levar adiante a enorme tarefa que é o combate contra as doenças causadas pela exposição ocupacional ao benzeno?.

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