CNPBZ define calendário de 2013 e prevê novos embates entre trabalhadores e patrões

O terceiro e último dia da Comissão Nacional Permanente do Benzeno (CNPBz), em Brasília, reafirmou o embate travado entre as bancadas de trabalhadores, Governo e patronal. Nesta sexta-feira (07/12), mais uma vez os representantes das empresas tentaram, de todas as formas, criar obstáculos para os trabalhos desenvolvidos pela CNPBZ.

As divergências começaram logo no primeiro tema discutido – a definição da programação para 2013. Justificando a participação em outros fóruns e o ?alto custo? gerado por ?tantas? reuniões que visam justamente discutir a segurança dos trabalhadores, a bancada patronal propôs ? sem qualquer constrangimento – reduzir pela metade o número de reuniões da comissão para o ano que vem. Dessa forma, passariam de quatro encontros para apenas dois, um enorme retrocesso.

Como todas as decisões da CNPBz são tomadas em consenso, após resistência de ambas as partes chegou-se ao número de três reuniões em 2013. Essa redução foi considerada pelos trabalhadores uma derrota parcial, que deve ser revertida para o ano seguinte (2014). De qualquer forma, ficou acertado que o número definido não exclui a possibilidade de que se realizem reuniões extraordinárias, principalmente se surgirem fatos excepcionais.

Logo após, o debate recaiu sobre as unidades que abrigariam as visitas técnicas. E a situação mais crítica foi verificada na discussão sobre a RPBC, cuja visita técnica foi recusada pela bancada patronal, mesmo após seguidas defesas da bancada de trabalhadores ? respaldadas por denúncias e relatos de arbitrariedades encontradas na unidade. Na ocasião, os diretores do Sindipetro-LP, mesmo após a recusa, insistiram na necessidade de uma ação imediata para reverter a situação preocupante de omissão e descaso com a saúde do trabalhador.

Por conta disso, logo após a reunião entre as três bancadas, trabalhadores e Governo apontaram uma série de iniciativas que devem ser realizadas diante das dificuldades e inconformidades encontradas pelo GTB local e pela CIPA. Além disso, também foi sugerido que o Sindicato reivindique ações fiscalizadoras mais intensas por parte do Ministério Público do Trabalho.

Ainda no debate sobre as unidades que abrigariam as visitas técnicas, trabalhadores e Governo propuseram a RLAM como primeiro local, mas a bancada patronal, que chegou a defender a suspensão dessas visitas em outras reuniões, solicitou um prazo maior para ?alinhar? a bancada. Evidentemente, tal prazo foi solicitado para que a empresa corra contra o tempo e tente eliminar as inúmeras irregularidades encontradas na refinaria. Dessa forma, foi definido o calendário da seguinte forma:

– De 20 a 22 de março, reunião em Porto Alegre (RS), com visita técnica à UNIB (Braskem);
– De 14 a 16 de agosto, reunião em Salvador (BA), com visita técnica à RLAM (Petrobrás);
– De 20 a 22 de novembro, reunião em Belo Horizonte (MG), com visita técnica à Gerdau Açominas;

Petrobrás mantém boicote às comissões estaduais
A bancada patronal, encabeçada pela Petrobrás, reafirmou o seu boicote às comissões estaduais. Dessa forma, as empresas continuam de fora das reuniões regionais, ou como preferem dizer, em ?greve?.

Como encaminhamento, foi definida como tarefa das bancadas a construção (até o início de fevereiro) de um documento com as premissas básicas do funcionamento dessas comissões. Aos trabalhadores, cabe como principal missão rejeitar qualquer tentativa da bancada patronal de engessar a atuação dessas comissões.

No que se refere ao Seminário Patronal realizado paralelamente à CNPBz, frontalmente boicotada pela Petrobrás, os representantes das empresas usaram o discurso previsível de que não houve qualquer intenção de esvaziar a comissão, se esquivando dos principais questionamentos feitos pelos trabalhadores.

Os diretores do Sindipetro-LP fizeram um balanço positivo da CNPBz em Brasília, apesar do bloqueio promovido pela presidente da CIPA da RPBC à participação dos trabalhadores que integram o GTB. Tendo em vista que conseguiram fazer valer todas as denuncias do que vem ocorrendo na unidade.

Plataformas
Em relação ao OffShore, foi abordada a necessidade de cadastramento de novas plataformas, frente à nova realidade exigida pelas operações no pré-sal, bem como a construção de uma nota técnica que norteie a atuação dos ativistas envolvidos com a discussão sobre o Benzeno.

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