Com a indignação estampada no rosto por narizes de palhaço e verbalizada pelos gritos ?Aqui não tem otário? Seebla, cadê o nosso salário??, trabalhadores terceirizados da Petrobrás realizaram um protesto, na tarde desta sexta-feira (07/10), em frente ao Edisa II ? um dos prédios administrativos da UO-BS.
O objetivo do ato foi exigir da maior companhia do País e a 3ª maior empresa de energia do Mundo um basta aos frequentes calotes que as empresas prestadoras de serviços na Petrobrás aplicam em seus empregados. Neste caso, as vítimas de mais um calote foram os petroleiros terceirizados da empresa Seebla, que não pagou os salários do mês de setembro e vem cometendo inúmeras irregularidades.
UMA LISTA EXTENSA DE IRREGULARIDADES – A Seebla não depositou os recolhimentos de FGTS e de INSS. Em outros momentos, a empresa já atrasou os salários destes trabalhadores. Entretanto, o mais absurdo da situação é a Petrobrás permitir que histórias como esta sejam recorrentes.
Onde está a co-responsabilidade da Petrobrás e sua responsabilidade social para assegurar os direitos destes trabalhadores? A fraude trabalhista no Sistema Petrobrás não é novidade, pois em muitas unidades pelo Brasil é comum terceirizados passarem pelo mesmo problema vivido pelos empregados da Seebla.
Apesar de a Petrobrás liberar as verbas e pagamentos mensais para as empreiteiras, as mesmas só engordam a burra e não repassam para os trabalhadores. No caso desta empresa Seebla, nem mesmo o plano de saúde foi pago. Com isso, os prestadores de serviço dos escritórios da Petrobrás em Santos ficaram sem convênio. Um destes trabalhadores foi praticamente expulso do pronto-socorro após dar entrada em uma emergência com seu filho e o hospital constatar que o plano de saúde não estava em dia.
Além disso, tratam-se de trabalhadores que há anos prestam serviços para a Petrobrás e já passaram por tamanha tortura. Em anos de trabalho, somente duas ou três férias tiradas e devidamente pagas; em anos de trabalho, após inúmeras trocas de contratos e empresas, somente algumas rescisões trabalhistas devidamente pagas.
Não é possível ficar calado diante deste tipo de fraude sobre os trabalhadores. Na mesma proporção, responsabilizamos a Petrobrás pelo calote. É mais do que urgente medidas que garantam os salários, 13º, as férias de todos os trabalhadores terceirizados que possuíam vínculo com a Seebla e estão sob responsabilidade da Petrobrás.
Se, por um lado, a Petrobrás tem posto a cidade de Santos em evidência para o Brasil, por outro, tem deixado a desejar em matéria de responsabilidade social para com os trabalhadores santistas.
MANIFESTANTES ARRANCAM PRAZO – Após os protestos, uma comissão formada por representantes dos trabalhadores e do Sindipetro se reuniu com a Gerência Geral da Unidade de Negócios da Petrobras na Baixada Santista. Os manifestantes conseguiram arrancar da companhia uma data para solucionar o impasse: segunda-feira. O Sindicato cobrou da empresa o compromisso de que não haja nenhuma represália aos manifestantes.
CHEGA DE CALOTES! QUEREMOS NOSSOS SALÁRIOS, NOSSOS DIREITOS!