Esta quarta-feira, 23 de janeiro, será um dia histórico para os trabalhadores de todo o Mundo. Em defesa dos empregos, sindicatos de oito países vão realizar o Dia de Ação Global contra os Ataques da GM. Serão organizadas atividades no Brasil, Estados Unidos, Alemanha, Colômbia, Argentina, Espanha, França e Itália. Os trabalhadores planejam a realização de assembleias e manifestações nas fábricas e em locais públicos. A mobilização pretende denunciar o desrespeito aos direitos trabalhistas que acontecem nas fábricas da montadora ao redor do mundo. E os ataques são muitos.
Os dirigentes da FNP estarão no ato de SJC, onde também há desde o ano passado uma sistemática ameaça de demissões. Diante da iminente chegada da crise, esta tem sido a resposta da patronal: jogar sobre os ombros dos trabalhadores a conta da farra do mercado internacional.
Por isso, os trabalhadores da General Motors de São José dos Campos entraram em greve na última terça-feira, dia 22, e ocuparam a Rodovia Presidente Dutra, como forma de pressionar o Governo Federal a proibir as 1.598 demissões programadas pela montadora. Uma das faixas trazia a frase ?Dilma, proíba as demissões na GM?. Cerca de 4,5 mil trabalhadores participaram da manifestação. A GM de São José dos Campos possui 7.500 trabalhadores. A produção está 100% parada e a fábrica deixará de produzir 480 veículos (modelos S10, Classic e Blazer) e 2.400 motores e transmissões durante a greve.
De acordo com o secretário-geral da FNP, Ademir Gomes Parrela, este é um momento-chave para os petroleiros se solidarizarem com a luta dos trabalhadores da GM. ?Sabemos que os patrões são iguais em todos os cantos do mundo e esse Dia de Ação Global comprova isso. Temos certeza também que a Petrobrás não hesitaria em fazer o mesmo num cenário de forte crise, por isso precisamos resistir e nos mobilizar?.
Na França, os trabalhadores da unidade da PSA/GM, de Aulnay, estão em greve contra a ameaça de fechamento da fábrica. Em Bochum, na Alemanha, a planta será fechada em 2016. Também está previsto o fim da fábrica de Grand Blanc, no estado de Michigan, nos EUA. No Canadá, a GM condiciona investimentos na fábrica de Ontário, desde que os salários sejam reduzidos em 60% (nova grade).
Na Colômbia e Argentina, trabalhadores lesionados estão sendo demitidos. Na Alemanha e Polônia, foram fechados os turnos da noite nas fábricas de Eisenach e Glivice. Há ainda chantagem patronal na fábrica de Ellesmer Port (Reino Unido) para forçar congelamento salarial e finais de semana sem hora extra.
Manifestação em Detroit
No Salão do Automóvel de Detroit, nos Estados Unidos, a situação dos brasileiros foi denunciada por ativistas americanos na semana passada. Os manifestantes leram uma carta em solidariedade aos funcionários da GM do Brasil, Colômbia, Espanha e Alemanha. Para esta quarta-feira, os companheiros dos EUA programam um novo protesto durante o salão do automóvel.
Com informações do Sindmetal-SJC