Agnelson Silva – dirigente da FNP e do Sindipetro-PA/AM/MA/AP
Em janeiro passado, a Petrobrás começou a fase de implementação do PROCOP ? Programa de Otimização de Custos Operacionais, que visa aumentar Geração de Caixa através da diminuição de custos operacionais, focalizando no que ela chama de ?gastos gerenciáveis?, dentre eles: contratação de serviços como, engenharia, obras, manutenção e transporte de produto e de pessoas; despesas com pessoal, como salários, benefícios e encargos trabalhistas.
Com essas ações a empresa pensa em reduzir o montante de gastos em R$32 bilhões até 2016. O programa atende o mercado de capitais, onde estão grandes investidores e especuladores pressionando por uma maior lucratividade como acionistas da Petrobrás. Entendemos que a redução de custos deveria ter como foco os contratos que favorecem determinadas empresas prestadoras de serviços com envolvimento de algum gerente que visa se locupletar e obras milionárias como a construção da RNEST-Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que só no ano passado levou R$9,4 bilhões, aparentemente fugindo de qualquer controle.
Outro aspecto importante para redução de custos é não negligenciar na manutenção programada preventiva das unidades operacionais e seus sistemas operativos, evitando parada de produção intempestiva que acarreta custo maior de manutenção e perda de produção. Em dezembro de 2012, quando da apresentação do Procop aos sindicatos, questionamos se havia intenção de reduzir custos na área de SMS (saúde, meio NÃO aceitaremos nenhum corte no bem-estar e direitos dos trabalhadores! ambiente e segurança).
O coordenador do programa, executivo Mário Jorge, foi taxativo ao afirmar que a presidente da empresa Graça Foster recomendou não incluir despesas com SMS no escopo do programa. No entanto, as primeiras ações para redução de custos estão se dando na área do bem-estar do trabalhador, no Urucu e na Transpetro Belém. No Urucu, há relato de cortes nos lanches que eram servidos nos escritórios e no lanche do pessoal que trabalha no campo, nas frentes de trabalho em locais remotos e distantes da Base do Pólo Arara.
Nessas áreas, as atividades são pesadas, como serviço de caldeiraria, soldagem, escavação manual de valas, etc. As condições de trabalho são as piores e os trabalhadores são alimentados com uma quentinha durante a jornada toda. A diretoria da Transpetro está querendo acabar com o transporte do pessoal administrativo do Terminal de Belém. Mesmo amparado pelo padrão/norma corporativo de Política de Transporte Terrestre de Pessoas, os executivos não conhecendo a realidade de transporte público de Belém e a localização do Terminal, visam alterar o referido padrão/norma para viabilizar o corte do transporte.
São apenas dois exemplos que ilustram o que os gerentes fazem quando querem reduzir custos, cortam do trabalhador o pouco que ainda resta. A direção do Sindipetro irá se posicionar fortemente contra a redução de custos que afetam os trabalhadores próprios ou terceirizados. Iremos cobrar o compromisso de não mexer com o bem?estar dos trabalhadores.