Reunidos no sétimo andar do Edifício-Sede (Edise) da Petrobrás, no Rio de Janeiro, os dirigentes da FNP discutiram com o RH Corporativo PLR Futura e a rejeição da proposta de PLR em três bases da federação (Alagoas/Sergipe, São José dos Campos e Pará, Amazonas, Maranhão e Amapá).
Os dirigentes das bases que rejeitaram a proposta reafirmaram o indicativo contrário à proposta, cobrando uma nova propositura, lembrando que diante do quadro nacional irão realizar novas assembleias. Além disso, alertaram a empresa para o papel lamentável que o RH assumiu durante essa campanha. Em total desrespeito à autonomia dos sindicatos, a empresa não quis realizar novas negociações com os sindicatos que rejeitaram a proposta.
Com o argumento de que a maioria já havia aceitado o valor oferecido, a empresa quis decretar o fim das discussões, desrespeitando a decisão de uma parcela importante da categoria. Sobre o valor oferecido e assinado nas demais bases, a empresa reafirmou que não haverá nova proposta aos sindicatos onde houve rejeição.
?Não importa quantos aceitem a proposta ou não, quem negocia são os sindicatos. Temos o direito de sermos contra um valor rebaixado, mesmo que essa posição na reflita a decisão das demais bases ou da maioria?, lembrou Agnelson Silva, do Sindipetro PA/AM/MA/AP.
Para Clarckson Araújo, houve uma desnecessária guerra de informações conduzida pela empresa para desgastar a imagem daqueles que rejeitaram a proposta. ?O RH enviou diversas vezes boletins com a intenção de pressionar os trabalhadores a assinarem o acordo, tentando estimular um conflito muito ruim entre os petroleiros e sindicatos. Isso gerou grande desconforto. Essa prática é um desrespeito ao movimento sindical, porque a rejeição se deu em um período que ainda havia ampla discussão sobre a proposta?.
COMISSÕES DE ACT
Durante a reunião, foi ainda reformulado o calendário de reuniões para dar andamento às comissões de ACT. No próximo dia 18, haverá na parte da manhã a discussão sobre AMS; na parte da tarde, estará em pauta Regime de Trabalho e Acompanhamento de ACT. No dia 19, será a vez de discutir Terceirização.
PLR Futura
Embora não se recuse a comparecer às reuniões chamadas pela empresa para discussão de PLR Futura, a FNP reafirmou sua posição sobre o regramento proposto pela companhia em parceria com a outra federação: não negociaremos e nem discutiremos qualquer tipo de metas cujo objetivo seja transferir aos trabalhadores a responsabilidade por prejuízos causados pela direção da companhia. E, infelizmente, é isso o que está colocado.
Nesta reunião, a empresa realizou uma nova apresentação sobre PLR Futura sem novidades, tratando-se apenas da confirmação de uma proposta para o Sistema Petrobrás que tem como eixo criar mais uma camisa de força para os trabalhadores. A Assembleia dos Acionistas, o DEST e os tais 4,5% já vêm sendo usados para limitar o valor de PLR. O regramento aprofunda esse processo, colocando como plenamente possível a fixação de valores de PLR irrisórios no caso de indicadores extremamente negativos. E o pior, sustentados por erros gerenciais e não dos trabalhadores.
?Não vamos assumir a responsabilidade por números e metas que não temos nenhum controle. Nossa defesa é por uma PLR Máxima e Igual para Todos, de acordo com os 25% dos dividendos distribuídos aos acionistas. É o que a resolução do DEST nos garante. Por isso, não iremos negociar perdas e rebaixamento de direitos. Não vamos entrar no jogo da empresa, não seremos coniventes com esse ataque?, afirmou Emanuel Cancella, secretário-geral da FNP e dirigente do Sindipetro-RJ.
?Não somos contra por sermos contra, como alguns pensam, mas sim porque esses parâmetros fogem do controle dos trabalhadores e representam um grande risco para a categoria. Se houver 300 reuniões sobre o tema, não nos furtaremos de vir discutir. Mas em todas elas reafirmaremos nossa posição contrária a este projeto?, completa Cancella.
Mais um ?Pacote da maldade?
Outra crítica dos dirigentes recaiu sobre a imposição de uma cláusula sobre PLR Futura no acordo que trata da quitação de PLR Futura. Ou seja, mesmo se tratando de uma negociação sobre os resultados de 2012, a companhia inseriu no ?pacote de maldades? o estudo de PLR Futura, mesmo a categoria nas bases da FNP sendo contra a qualquer regramento.
Esta manobra não é nova. Em outras oportunidades, a Petrobrás já se utilizou de negociações sobre remuneração para inserir cláusulas prejudiciais. O plano da empresa é fechar o estudo sobre regramento até 10 de maio. Segundo ela, A ideia é elaborar este estudo a quatro mãos ? empresa e sindicatos.
A FNP repudiou essa lógica conciliatória, cujo objetivo é passar a ideia de que juntos iremos chegar a uma proposta satisfatória. Na prática, ela quer que os sindicatos e a FNP avalizem uma medida que na prática significa perdas aos trabalhadores.
A empresa apresentará a sua proposta final, certamente baseada em uma lógica prejudicial aos trabalhadores. A FNP terá como tarefa contrapor essa proposta, reafirmando a bandeira histórica por PLR Máxima e Igual para Todos. Até lá, os trabalhadores têm uma importante tarefa: rejeitar mais um ataque ao conjunto da categoria. E isso se faz de uma única forma: com luta direta, com mobilização.