1º de Maio: Dia Internacional do Trabalhador

No Brasil, entidades de classe à esquerda do Governo e dos patrões aproveitam a data para lutar contra o ACE (Acordo Coletivo Especial), pela anulação da Reforma da Previdência de 2003 e contra plano econômico do Governo e as privatizações

Criado em 1889 por um congresso da Internacional Socialista realizado em Paris, o Dia Internacional do Trabalhador relembra a greve geral que aconteceu em 1º de maio de 1886, em Chicago, o principal centro industrial dos Estados Unidos naquela época.

A luta era contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias.

Hoje, a data é celebrada em todo o mundo, menos no país onde sucederam os acontecimentos que a inspiraram, os EUA. Naquele dia, manifestações, passeatas, piquetes e discursos movimentaram a cidade. Mas a repressão ao movimento foi dura: houve prisões, feridos e até mesmo mortos nos confrontos entre os operários e a polícia.

Em memória dos mártires de Chicago, das reivindicações operárias que nesta cidade se desenvolveram em 1886 e por tudo o que esse dia significou na luta dos trabalhadores pelos seus direitos, servindo de exemplo para o mundo todo, o dia 1º de Maio foi instituído como o Dia Mundial do Trabalhador.

O 1º de maio no Brasil
Piquetes e passeatas, gritos de protesto, luta por condições dignas de trabalho e melhores direitos. Este era o cenário do Dia do Trabalhador no Brasil ? hoje comemorado erroneamente como Dia do Trabalho ? antes da Era Vargas (1930-1945), período em que Getúlio Vargas causou um profundo refluxo no movimento sindical com o atrelamento dos sindicatos ao Estado. Atrelamento realizado por meio de medidas clientelistas como o imposto sindical, em vigor até hoje, e repressivas como a Lei de Segurança Nacional, que fechou sindicatos autônomos e seus líderes.

Hoje, as principais centrais de trabalhadores do País não fazem muito para mudar este cenário e resgatar o espírito de luta do 1º de maio. Em todo mundo, a data serve para impulsionar lutas e relembrar a luta dos operários de Chicago (EUA) que morreram para defender a jornada de 8 horas diárias.

No Brasil, é comemorada por entidades como Força Sindical e CTB com festas milionárias, marcadas por sorteios de casas e carros, além de shows com artistas consagrados. E o pior: financiadas por empresas estatais e privadas, com recursos muitas vezes obtidos através da exploração e precarização dos trabalhadores.

O 1º de maio não deve ser usado como plataforma política, mas como um instrumento de protesto contra os ataques aos trabalhadores. Episódios absurdos como o reajuste dos salários dos parlamentares, o ridículo aumento do salário mínimo e as ameaças como o aumento da idade mínima para aposentadoria e redução da contribuição da patronal para o INSS devem ser denunciadas diariamente pelos dirigentes que conduzem o movimento sindical brasileiro.

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