Nesta quarta-feira (05/06), os dirigentes da FNP se reuniram com a Petrobrás para discutir questões relacionadas à AMS e SMS. Muito mais do que uma mesa para discutir os problemas comuns que existem nas bases da federação, o encontro colocou mais uma vez em pauta a AMS que queremos e a AMS defendida pela companhia, assim como colocar em xeque a política de segurança da companhia.
AMS
Da mesma forma que apontamos a contradição entre a remuneração dos trabalhadores e a riqueza produzida pela empresa, apontamos a contradição entre as condições da companhia e a AMS oferecida aos trabalhadores ativos, aposentados e pensionistas.
De um lado, a companhia alimenta a ideia de que a AMS ofertada é suficiente e cumpre suas tarefas, jogando sobres as costas dos trabalhadores a responsabilidade por supostos déficits. De outro, conscientes das condições da maior empresa do país, os diretores da FNP reafirmaram que a Petrobrás tem plenas condições de garantir uma AMS de excelência e totalmente custeada pela companhia.
O balanço e análise da qualidade da AMS, assim como da possibilidade de avanços, não deve ser medida pela comparação com os planos de saúde existentes no mercado, mas sim com base no fato de que a Petrobrás é uma das maiores companhias do Mundo. Sendo referência mundial, o atendimento das reivindicações do movimento sindical como AMS para os pais e 100% custeada pela companhia não abalaria de forma alguma as receitas da empresa.
O BNDES, por exemplo, cuja taxa de lucro é qualitativamente bem inferior à obtida pela Petrobrás, garante aos seus empregados um plano de saúde 100% custeado pelo banco.
Problemas recorrentes na AMS como lentidão no reembolso de medicamentos, desinformação, terceirização e a morosidade na autorização de procedimentos, principalmente aqueles de grande risco, continuam sendo pendências não solucionadas pela empresa, mesmo depois de seguidas cobranças da federação.
SMS
Em relação às questões de SMS, uma das principais críticas dos dirigentes da FNP recaiu sobre a política de redução de custos aplicada pela companhia por meio do PROCOP. Tal política, vendida como ?otimização?, tem gerado um efeito cascata na área de segurança: a restrição de uma série de atividades por razões econômicas. E o pior, sem qualquer critério técnico.
A participação das CIPAS nas paradas de manutenção e a presença de empregados em cursos e treinamentos têm sido prejudicadas por essa nova orientação da presidente Graça Foster. Por outro lado, a redução de efetivo nas unidades, somada à necessidade cada vez maior de dobras, segue em ritmo avançado.
Entretanto, o problema não é apenas de ordem econômica. Com esta lógica de redução de gastos a qualquer custo, os casos de pressão e assédio moral sobre os trabalhadores também vêm crescendo. Muitos dos acidentes registrados neste ano têm intima relação com a exigência cada vez maior por mais produção em cada vez menos tempo.
A política ?Na dúvida, pare!? não tem sido aplicada na realidade, pois os trabalhadores são cotidianamente constrangidos a ?tocar? a produção sem levar em consideração as condições de segurança da unidade, assim como as normas e procedimentos estabelecidos pela própria companhia. Via de regra, os gestores são os responsáveis pela burla de normas e, logo em seguida, criam comissões de investigação para responsabilizar os trabalhadores pelos acidentes causados por irresponsabilidade gerencial.
Como se não bastasse a falha na política preventiva de acidentes, quando tais fatos acontecem as gerências criam diversos obstáculos para a participação dos sindicatos nas comissões de apuração de acidentes.
Nesta quinta-feira (06/06), FNP e Petrobrás voltam a se reunir. Em pauta, Terceirização, Acompanhamento de ACT e Regime de Trabalho.