Foi realizada na tarde desta sexta-feira (28/10) mais uma negociação de ACT 2011 entre FNP, Sindipetro-RJ e Petrobrás. Com o objetivo de avançar na construção da unidade nacional, também estiveram presentes na mesa de negociação Sindipetro-BA e Oposição do Norte Fluminense.
Os dirigentes sindicais iniciaram a reunião fazendo uma crítica contundente à dinâmica de negociação que vem sendo imposta pela Petrobrás, tendo como um dos maiores exemplos um fato recente: a apresentação da proposta econômica da companhia à força de trabalho antes mesmo de se reunir com a FNP. O que para a empresa é uma questão ?técnica? e ?circunstancial?, é na verdade uma tentativa de desqualificar os representantes sindicais e, por conseqüência, um importante setor da categoria. Ao desrespeitar as entidades, a companhia desrespeita os trabalhadores.
Como se não bastasse fragmentar o ACT, separando as discussões sociais das econômicas, agora a empresa assume publicamente que privilegia a outra federação. Tanto é que no mesmo instante em que estava reunida com a FNP nesta sexta-feira, realizava uma reunião paralela com a FUP, demonstrando total desrespeito com as demais representações sindicais.
Diante disso, a FNP exige que a companhia não repita esta prática, no mínimo, desrespeitosa, que já vem se tornando uma marca desta gestão de Recursos Humanos. Uma empresa que se orgulha de ser a quarta maior companhia de energia do Mundo não pode dar continuidade a esta política mesquinha com os trabalhadores.
A FNP também exigiu da empresa uma proposta de ACT, de fato, completa. Segundo a Petrobrás, as duas cartas compromissos apresentadas até aqui, somadas às atuais cláusulas do ACT, são o que a empresa tem de proposta para a categoria. Entretanto, entendemos que uma proposta rebaixada como esta é uma afronta aos trabalhadores e não pode ser encarada como definitiva.
De acordo com o RH Corporativo, a proposta completa do ACT 2011 ? com a redação das cláusulas econômicas e sociais ? será entregue até a próxima terça-feira (01/11). A companhia tem o dever de avançar. O que a empresa chama de negociação, até o momento tem sido uma comunicação intransigente das migalhas que ela ofereceu até aqui. Até agora, a companhia ignorou todas as cláusulas (no total, 208) que compõem a nossa pauta reivindicatória. Se a companhia não tem condições, ou melhor, não quer atender os pleitos da categoria, exigimos que ela apresente justificativas concretas para o motivo da recusa ou suposta impossibilidade.
PRÓXIMOS PASSOS
A reunião desta sexta-feira (28/10) não foi esgotada. Por isso, FNP e Sindipetro-RJ comunicaram à empresa que irão dar sequência às negociações para que sejam colocados em discussão todos o itens que não foram contemplados pela empresa. Questões como ganho real, PCAC, Anistiados e Aposentados, por exemplo, não foram sequer abordadas pela Petrobrás nas duas cartas compromisso enviadas à categoria, com as propostas sociais e econômicas.
A data desta nova reunião entre Sindicatos e Petrobrás deve ser fechada ainda neste sábado (29/10), quando os sindicatos petroleiros realizarão uma Plenária para discutir os próximos passos da campanha. No encontro, que acontecerá na sede do Sindipetro-RJ na Av. Presidente Vargas, serão debatidos a construção de um calendário de assembleias e a indicação de greve. Para arrancar da empresa uma proposta justa é urgente construirmos um calendário forte de mobilizações.