Após negar três pedidos de reunião feitos pela FNP, a presidente da Petrobrás Graça Foster confirmou um encontro com os dirigentes sindicais da federação. Inicialmente, a reunião havia sido agendada para segunda-feira (17/06) e depois remarcada para sexta-feira (21/06). Entretanto, uma nova data foi marcada: segunda-feira (24/06), no período da tarde, no Edise.
Logo após a reunião, a FNP irá divulgar em seu site (fnpetroleiros.org.br) o resultado da reunião.
Veja abaixo matéria do Sindipetro-RJ sobre o indício de nepotismo em contratos na Petrobrás, identificado pelo TCU:
NEPOTISMO E FAVORECIMENTO NA PETROBRÁS: SÓ RESTA CHAMAR A POLÍCIA
Faz pouco tempo a direção da Petrobrás no Rio chamou o ?camburão? da PM para prender e algemar três trabalhadores do restaurante do Cenpes. O crime que teriam cometido? Desviar pedaços de frango que sobraram do almoço e que, segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), como estavam descongelados, seriam destinados ao lixo. Esta semana fomos surpreendidos com a noticia de que um deles foi condenado. A assessoria jurídica do sindicato está recorrendo da sentença.
Resta saber se essa rigidez ? injusta, no caso dos três rapazes ? também será aplicada na apuração dos fatos, ante a constatação de nepotismo e favorecimento a empresas, por parte de alguns dirigentes da Petrobrás, denunciadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O Sindipetro-RJ decidiu encaminhar o caso ao Ministério Público e à Polícia Federal.
Ao tomar conhecimento das denúncias do TCU, a primeira providência da direção do Sindipetro-RJ foi mandar ofício à presidência e RH da companhia e ao Tribunal da Contas da União para que elucidassem os fatos e, caso fossem verdadeiras as denúncias, que se desse ?nome aos bois?. A seguir, o Ofício 126/2013, enviado no dia 7 de junho:
?A direção do Sindipetro-RJ, preocupada com notícias que envolvem a companhia e seus empregados, solicita que esse respeitável Tribunal nos ajude no sentido de nominar essas pessoas que estão a manchar a reputação da companhia e a colocar em suspeição os 85 mil trabalhadores que compõem o contingente dos trabalhadores do Sistema Petrobrás. Não sabemos se a Petrobrás recebeu o relatório do TCU com as informações sobre a prática de nepotismo. Em cópia desse ofício, solicitamos também à Petrobrás, caso tenha recebido o relatório com nome das empresas e dos funcionários envolvidos, que informe as providências tomadas sobre o fato.
Anexamos a matéria publicada no G1 com a referida denúncia:
…Fabio Amato Do G1, em Brasília – Relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) aprovado na quinta-feira (11) aponta indícios de prática de nepotismo e favorecimento indevido de empresas em uma série de contratos assinados pela Petrobras. Entre as irregularidades apontadas no relatório estão indícios de contratação pela Petrobras de empresas que têm no seu quadro societário funcionários da estatal com mais de 10% de participação acionária, além de parentes de empregado s comissionados. Essas práticas configuram nepotismo e favorecimento e são vedadas por lei.
Outros problemas encontrados pelo Tribunal foram a fiscalização de contratos realizada por empresas terceirizadas e indício da existência de funcionários ?contratados sem especialização técnica ou formação acadêmica compatível com o exercício da função.? …Em seu acórdão, o Tribunal determina à Petrobras que adote medidas para evitar novos casos de nepotismo e favorecimento indevido, entre elas a regulamentação de normativos internos que tratem do tema e que estabeleçam as ações que busquem vedar a prática e punir os responsáveis…?
Em relação aos rapazes do Cenpes, eles poderiam ser perfeitamente ser enquadrados no chamado ?furto famélico?, quando se furta para comer, o que não é considerado crime. Mas preferiram chamar a polícia. Quando imaginávamos que a situação estivesse contornada, depois de uma negociação com gerências que concordaram ter havido excessos, fomos surpreendidos com a notícia dessa condenação.
Já quando se trata de negociatas que envolvem R$ 732 milhões (o equivalente a dez Neymar, levando em conta que o jogador foi vendido por R$ 74 milhões), silêncio total. A categoria quer saber quem são esses ?craques?. Sabemos que existe até estrangeiro nessa seleção: tem um inglês que está batendo um bolão: Colin Foster é aposta do ex- senador e atual prefeito de Manaus, Arthur Virgilio, do PSDB. Segundo Virgilio, o marido da presidente da Petrobrás, Maria das Graças Foster, teria 43 contratos com a Petrobrás, sendo 20 sem licitação.
Não só a categoria petroleira mas toda a sociedade brasileira espera que o nome desse time de malfeitores seja divulgado e os supostos criminosos do colarinho branco, exemplarmente punidos. Enquanto isso não acontecer, ou seja, enquanto não forem dados ?nomes aos bois?, todos os trabalhadores da Petrobrás estão se sentindo sob suspeição. Os petroleiros já mandaram um recado ao Sindicato: ?me inclui fora disso!?