A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) se reuniu nesta quarta-feira (24/07) com o RH Corporativo da companhia, no Edise, para discutir diversos assuntos. Mas com destaque para um tema que tem preocupado muitos trabalhadores: a marcação de ponto nos dias de mobilizações, especialmente em 11 de julho ? Dia Nacional de Greves e Mobilizações.
À revelia de qualquer orientação corporativa, supervisores e gerentes regionais aplicaram para diversos empregados o código ?Falta Não Justificada? em um dia nacional de mobilizações, que mobilizou trabalhadores em todo o país. O mesmo ocorreu em diversas outras datas, como o dia em que a categoria fez greve de 24 horas em 28 de janeiro, na campanha de PLR.
Nestes casos, evidentemente, deveriam ser apontados códigos como o 1057 (Greve Justificada Sem Desconto), 1033 (Greve Justificada Com Desconto) ou 1042 (Greve Parcial Com Desconto), sendo que nossa reivindicação irrestrita é pelo código 1057.
A FNP denunciou o caráter antissindical dessas medidas, que acontecem de maneira generalizada por todo o país, lembrando que esses gerentes simplesmente se ?esquecem? dos códigos específicos para movimentos grevistas, prejudicando diversos petroleiros, seja financeiramente, seja com o desconto de alguns dias de férias.
Além disso, a FNP lembrou que o mesmo desconto indevido está sendo feito para os trabalhadores terceirizados, inclusive com as empreiteiras usando como justificativa a alegação que seguiam orientação da Petrobrás. Por fim, ressaltou que novas mobilizações estão sendo articuladas, como o novo Dia Nacional de Lutas em 30 de agosto e a jornada de lutas que está sendo preparada contra o Leilão de Libra. Para essas próximas datas, a FNP já cobrou da empresa que esses apontamentos não voltem a se repetir, uma vez que a categoria não aceita os descontos realizados.
Em resposta, o RH Corporativo entendeu a legitimidade das reivindicações levantadas e afirmou que irá analisar todas as datas de paralisações do movimento sindical para que seja feita a aplicação do código correto.
A farra das horas extras
A FNP aproveitou a reunião para cobrar outras irregularidades que acontecem nas bases da FNP. Na REVAP, em São José dos Campos, trabalhadores estão sendo coagidos a bater o cartão de ponto e continuar no trabalho; na base do Litoral Paulista existem trabalhadores com até 200 horas extras excedentes sem serem pagas, com os gestores forçando o ?pagamento? com folgas; e no Rio de Janeiro, no Comperj, persiste o não pagamento durante a troca de turno.
Outro absurdo relatado pelos dirigentes é a existência na REVAP, sob o comando do gerente de Energia, de uma avaliação cuja pontuação para avanço de nível leva em consideração aqueles que furam greve. Ou seja, ponto positivo para quem não se mobilizar, ponto negativo para quem participar das mobilizações. Em outras palavras, uma perseguição clara aos trabalhadores e aos sindicatos.
Por fim, a FNP cobrou o retorno das demandas levantadas durante reunião com a presidente Graça Foster; o agendamento da reunião com o Compartilhado para discutir a situação dos inspetores de segurança; e uma urgente solução para os anistiados como, por exemplo, os companheiros da Petroflex que estão nas bases dos sindipetros Litoral Paulista e São José dos Campos e aguardam, ansiosamente, retornarem para as suas cidades de origem.