Dia 15 de agosto o Campo Terrestre de Carmópolis completa 50 anos. A Petrobrás programou para esse dia uma grande festa. Possivelmente estará presente a presidente da estatal, Graça Foster, para participar de uma solenidade formal, onde será lançado um selo comemorativo.
No texto que a Petrobrás anuncia a comemoração, a própria direção da empresa assume que ?o primeiro poço terrestre de Sergipe, 1-CP-1-SE, jorrou graças à persistência, perícia e espírito nacionalista dos petroleiros que empreenderam a busca do sonhado óleo?. E ainda completa, ?a descoberta do campo de Carmópolis proporcionou um novo rumo à economia do estado, com desdobramentos na área tecnológica, na cadeia de negócios e serviços, nas relações de trabalho e na potencialidade de responder a novos impulsos econômicos?.
Diante dessa compreensão, nós do Sindipetro AL/SE, petroleiros próprios e terceirizados, acreditamos que a melhor forma para comemorar esse dia é na luta. Se foi nossa categoria e o nosso povo que financiou essa grande descoberta, nosso dever agora é lutar para preservá-la. Precisamos impedir que ela seja entregue nas mãos da iniciativa privada e afugentar o olho gordo das multinacionais petrolíferas.
Precisamos aproveitar a grande visibilidade desse momento para exigir à presidente da Petrobrás e à presidente Dilma Rousseff o fim da política do desinvestimento e a suspensão dos leilões do petróleo. Queremos que o Governo Federal e a Petrobrás voltem a investir no campo de Carmópolis.
CHEGA DE DESINVESTIMENTO
Não queremos mais ver fechamento de sondas e demissões em massa. Não queremos ver nosso rico patrimônio nas mãos da iniciativa privada. Não queremos que o petróleo do nosso povo seja tomado por um pequeno grupo de ricos empresários, para que eles enriqueçam ainda mais a custo do nosso empobrecimento.
Sabe o que queremos? Queremos toda a riqueza do petróleo para o povo brasileiro. Queremos que as sondas voltem a funcionar, que as obras paradas sejam retomadas, que parem essas demissões e que os trabalhadores demitidos sejam readmitidos.
Quando dizemos que ainda existe muito petróleo no Campo de Carmópolis, não é mentira. Fundamentamos isso em dados e pesquisas feitas pela própria empresa. Inclusive o gerente da engenharia de produção da Unidade de Operações de Exploração de Sergipe e Alagoas ? UO/SEAL, Marcelo Luvizotto, admitiu publicamente essa verdade.
Segundo ele, ?o campo de Carmópolis é referência na exploração terrestre e continua sendo uma das maiores reservas terrestres do Brasil?. Se isso é fato, qual seria a justificativa para o desinvestimento do nosso campo?
LUTAR É COMEMORAR
Para nós, do Sindipetro AL/SE, existe apenas uma explicação. Já fizemos esse alerta, faremos mais uma vez e quantas vezes for necessário: o governo quer desvalorizar o Campo de Carmópolis para entregar fácil nas mãos de grandes empresários. Se não é isso, qual seria a outra explicação para o desinvestimento?O corte de investimento no Campo de Carmópolis, o fechamento de sondas e as mais de 2 mil demissões não é a toa, nem mesmo podemos considerar descaso, é proposital mesmo. Por isso, no dia 15 de agosto, vamos todos e todas protestar em defesa do nosso petróleo, contra a política de desinvestimento, pelo fim dos leilões, contra as privatizações, em defesa dos nossos empregos, por aumento real no nosso salário, por uma Petrobrás 100% estatal.
Vejam bem o que estamos propondo companheiros e companheiras. Não queremos ficar apenas nos alertas, queremos soluções concretas, por isso convocamos toda a categoria petroleira. Vamos partir para a ação direta. Só através da luta é possível conquistar grandes transformações. A posição que nossa categoria ocupa é estratégica para reverter essa situação. Temos duas opções, assistir de camarote a entrega das nossas riquezas, ou partir para a luta e derrotar a política de privatização.
Fonte: Sindipetro-AL/SE