As Centrais Sindicais, pressionadas pela disposição de luta dos trabalhadores, farão um novo Dia Nacional de Paralisações na próxima sexta-feira, 30 de agosto. Os petroleiros do Litoral Paulista decidiram entrar com força no movimento, aprovando greve de 24 horas. Além disso, todos os sindicatos da FNP realizarão atos e paralisações durante a data, engrossando o número de categorias mobilizadas.
Em 11 de julho, data de luta da qual participamos ativamente, as categorias mais organizadas do país deram uma mensagem clara: os trabalhadores estão dispostos a lutar.
Para a categoria petroleira, além do ACT, que envolve a luta por aumento real no salário básico, revisão do PCAC, mais segurança e uma AMS de qualidade, está em pauta a 12ª rodada dos Leilões do Petróleo – a maior privatização da história do país.
O Campo de Libra, que vale US$ 1.5 trilhões, será leiloado em 21 de outubro pelo governo. A intenção é arrecadar US$ 15 bilhões, uma porcentagem ínfima perto de todo o potencial e valor do campo – a maior descoberta de petróleo já feita pela Petrobrás e o maior campo de petróleo do Mundo.
Mas lutar por quais bandeiras?
A CUT e a FUP tentaram transformar o 11 de julho em uma mobilização para defender a política do governo Dilma, com a pauta da Reforma Política.
Porém, os trabalhadores jovens do Brasil não entraram nessa manobra e questionaram diretamente a política de todos os governos, inclusive o federal. Os jovens trabalhadores querem é melhorias na educação, saúde, nos salários e redução da jornada de trabalho. São contra as privatizações e querem uma aposentadoria digna, livre de fatores previdenciários e pela aposentadoria especial.
A Campanha do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) deste ano começa com um clima diferente dos anos anteriores. Desde junho, a juventude e os trabalhadores têm tomado a história em suas mãos e ido às ruas por mudanças. As vitórias parciais obtidas frente aos governos mostraram o caminho: mobilizar para conquistar!
O momento de reivindicar transformações reais é agora, indo à luta para garantir no ACT as demandas esperadas há anos. Por sua vez, a Petrobrás demonstra que vai ser dura na negociação. Com o Procop, tentam jogar nas nossas costas a ?redução de custos?.
Já sentimos os efeitos desta política na PLR deste ano, e os constantes acidentes de trabalho mostram que a segurança também é objeto de ?economia?. Os resultados do GD/SAD pioram a situação: a ?empresa dos sonhos? das pesquisas se torna um pesadelo para trabalhadores novos, antigos e aposentados. O Índice de Satisfação dos Empregados (ISE) há anos aponta o quesito ?Remuneração” como o de pior resultado entre os avaliados.
Nossa data base é 1º de setembro, ao mesmo tempo que os bancários, trabalhadores dos Correios e químicos. A união destas importantes categorias pode fazer a diferença. O dia 30 de agosto serve para fortalecer essa possibilidade de, após anos de lutas fragmentadas, unificar as diversas categorias em uma luta por melhores salários e mais direitos.
Para pressionar, teremos que realizar mobilizações crescentes (protestos de rua, paralisações, etc) e se necessário uma greve geral de verdade por tempo indeterminado, com controle de produção. É com este ânimo da voz das ruas que chamamos todos(as) a se envolverem ativamente nesta campanha do ACT. Nossa luta não é por abono, é por direitos e contra o Leilão de Libra!
Com informações do boletim A Base Presente – Oposição do Sindipetro Unificado