A categoria está há mais de 17 anos sem aumento real no salário base, com perdas que atingem de maneira implacável todos os trabalhadores: ativos, aposentados e pensionistas.
Mas neste ano os petroleiros não se enfrentam ?apenas? com este desafio. Há uma outra batalha, que ultrapassa as fronteiras da categoria e atinge em cheio todos os trabalhadores do país: o leilão de Libra! Caso se concretize, em 21 de outubro, será a maior entrega do petróleo brasileiro já feita na história do país. Dilma pretende entregar uma riqueza estimada em R$ 3 trilhões por R$ 15 bilhões – valor definido como bônus a ser pago pelo vencedor à União. Um absurdo!
Somados à política de desinvestimentos, que inclui o aprofundamento das terceirizações, venda de ativos e redução de custos (com o PROCOP), os leilões do petróleo fazem parte de uma política de privatização – aos pedaços – da Petrobrás.
Neste sentido, não acreditamos que uma campanha reivindicatória vitoriosa possa ser concebida sem uma grande mobilização, também, contra a entrega do nosso petróleo.
As lutas contra o Leilão de Libra e por uma campanha reivindicatória bem sucedida devem se transformar em uma luta só, realizadas de maneira combinada para que ambas se fortaleçam. É com este espírito que a FNP lança uma importante palavra de ordem: 16,53% de aumento no salário base, sim! Leilão de Libra, Não!?
Mais uma vez, Petrobrás e governistas querem derrotar a categoria!
Mesmo diante de um ano especial, em que a juventude foi às ruas e arrancou dos governos importantes vitórias, provando que é possível lutar e vencer, os governistas tentam, mais uma vez, impor uma derrota aos trabalhadores nesta campanha reivindicatória.
Com a intenção de esfriar e enfraquecer a campanha, lançaram mão de duas ações perversas: primeiro, reivindicaram um abono de R$ 6 mil à companhia (rebaixando a pauta da categoria com uma ?reivindicação? que é usada PELA EMPRESA para desmobilizar os trabalhadores; e, em segundo lugar, solicitando a antecipação da inflação, que cumpre a mesma função: fragmentar o ACT em partes, reduzindo a disposição de luta da categoria, que já inicia a campanha dividida.
A primeira proposta subitamente sumiu dos materiais dos governistas, mas a segunda não, sendo aprovada em algumas bases sem assembleias e com votações a toque de caixa em outras. Nas bases da FNP a antecipação foi amplamente rejeitada. A Petrobrás, evidentemente, tem servido de parceira dos governistas nos ataques à categoria. Além disso, mais uma vez estabelece um calendário de negociações travado, tentando enrolar ao máximo a categoria.
Entregamos a pauta reivindicatória há mais de um mês e até agora a empresa não respondeu todos os pontos de nossa pauta. A Petrobrás e os governistas não querem ver os petroleiros unificados às lutas de categorias como bancários e correios, pois isso representaria um grande risco.
Se o povo nas ruas já provou que é possível lutar e que é possível vencer, os trabalhadores organizados podem seguir o mesmo rumo. É com este ânimo que a categoria petroleira deve encarar a luta contra o leilão e por aumento real!