A Petrobrás desafia a categoria. Na última sexta-feira (11/11), a companhia apresentou para os trabalhadores uma contraproposta econômica rebaixada e discriminatória, que não leva em consideração o principal eixo de nossa campanha: aumento real de 10% no salário básico.
A proposta é irrisória e não apresenta qualquer avanço, mesmo sob a lógica de remuneração variável. Em relação ao abono, repete os mesmos valores do acordo fechado em 2010, ignorando os inúmeros recordes de produção e de lucro obtidos pela empresa durante este período. Para se ter uma ideia, a companhia apresentou nos nove primeiros meses de 2011 lucro líquido de R$ 28,26 bilhões, 15% superior ao registrado no mesmo período de 2010. Mesmo assim, a maior empresa do país e a 8ª maior do mundo em valor de mercado oferece como ?última proposta? GANHO REAL ZERO NO SALÁRIO BÁSICO.
PETROBRÁS QUER ENROLAR A CATEGORIA
Durante todo o fim de semana, o RH Corporativo sinalizou nas reuniões com a FNP a possibilidade de avanços. Nas duas negociações travadas com a empresa, uma durante toda a sexta-feira (11/11) e a outra no sábado (12/11), a FNP exigiu da empresa uma proposta de ACT completa, com avanços concretos nas cláusulas sociais e econômicas.
Uma nova reunião foi agendada para as 10 horas desta segunda-feira (14/11), mas a empresa remarcou para as 15 horas. Diante desta manobra, está claro que o objetivo da Petrobrás é enrolar a categoria e evitar a deflagração de uma forte greve nacional. A companhia não está utilizando as reuniões para apresentar novos avanços, mas sim para ganhar tempo e minar a disposição de luta da categoria.
Prova disso é que, mesmo após inúmeras negociações, a empresa não apresentou qualquer proposta para reivindicações importantes dos trabalhadores. A revisão do PCAC, Progressão do ATS, AMS para os pais e Transpetro, com o fim das negativas e das excepcionalidades, SMS, Anistia, Benzeno, RMNR? Nada disso foi abordado pela Petrobrás, que cinicamente considera as negociações um importante instrumento de entendimento entre a companhia e os trabalhadores. Pura falácia!
Por essa mesma razão e por entender que novos avanços não se darão na mesa de negociação, a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) defende a manutenção do calendário já aprovado pela categoria:
GREVE POR TEMPO INDETERMINADO, COM PARADA DE PRODUÇÃO, A PARTIR DO DIA 16 DE NOVEMBRO
Outras categorias já mostraram que apenas com luta é possível avançar e arrancar um acordo vitorioso. Os metalúrgicos da GM de São José dos Campos, com 24 horas de greve, tiveram 10,8% de reajuste, um aumento real de 3,2% acima da inflação; os trabalhadores dos Correios tiveram R$ 80,00 de reajuste, o que significa 9% de aumento real no salário, acima da inflação do período; Os bancários tiveram, apesar dos 9% de reajuste geral, um reajuste de 12% no piso, o que significa um reajuste real de 5% no piso da categoria.
Esses três exemplos mostram o caminho, mostram que apenas com mobilização e uma forte greve nacional unificada é possível avançar. Vamos à luta, vamos à GREVE!