5 de outubro é Dia Nacional de Luta Contra a Exposição ao Benzeno

Neste sábado, 5 de outubro, será celebrado pela segunda vez em todo o país o Dia Nacional de Luta Contra a Exposição ao Benzeno. Criada como uma homenagem ao operador da RPBC Roberto Krappa, que faleceu no mesmo dia, em 2004, por leucemia mieloide aguda em decorrência da alta exposição à substância, a data tem a tarefa de conscientizar a categoria sobre os riscos do agente.

Além disso, serve de alerta à Petrobrás, que até agora pouco fez para minimizar a exposição dos trabalhadores ao benzeno. Na base do Sindipetro-LP, o Dia Nacional de Luta Contra a Exposição ao Benzeno foi marcado por atividades na sexta-feira, 4 de outubro, na RPBC, em Cubatão, e na UTGCA, em Caraguatatuba. Informativos, bottons, camisetas e faixas alusivas ao Benzeno fizeram parte dos atos.

O BENZENO NA PETROBRÁS
O problema relacionado ao benzeno, embora seja uma demanda antiga, ainda carece de soluções concretas, principalmente por parte das empresas. No caso da Petrobrás, não é de hoje que a companhia tenta impor limite de exposição ao benzeno, substituindo o critério qualitativo pelo quantitativo. Com isso, a empresa simplesmente descarta a atual legislação brasileira e rasga o compromisso firmado através do Acordo Nacional do Benzeno.

Unidades como a RPBC e UTGCA, não por acaso as bases que terão atividades, são aquelas que mais têm sofrido recentemente com o descaso patronal. Nos últimos anos, a empresa vem investindo contra a legislação brasileira e tentando impor o conceito de limite de exposição.

Foi dessa forma que, à revelia da Comissão Nacional do Benzeno, a Petrobrás apresentou a ?necessidade? de revisar a legislação sobre o Benzeno, usando como referência mudanças ocorridas na legislação alemã. Entretanto, não há nenhum nível seguro de exposição. A NR 15 ? Norma Regulamentadora que trata das ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES (anexo 13-A, item 6.1) que ?? o Benzeno é uma substância comprovadamente carcinogênica, para qual não existe limite seguro de exposição?.

Diante disso, é evidente a necessidade de que a categoria abrace a luta contra a exposição ao benzeno como prioritária e transforme o dia 5 de outubro em um dia de luta; um dia de luta contra as investidas da Petrobrás de sobrepor o lucro à saúde e a segurança do trabalhador.

Trabalhadores e população vizinha sob risco
O investimento da patronal em produção científica favorável aos seus interesses econômicos é enorme. A própria Petrobrás tem um corpo técnico dedicado exclusivamente à tentativa de flexibilizar com argumentos técnicos as legislações que tratam do benzeno. Entretanto, ainda há setores de fato independentes e preocupados com a saúde dos trabalhadores que reforçam nossas posições.

É o caso de um estudo publicado recentemente na revista científica Sociedade Americana de Câncer. Basicamente, os profissionais da entidade diagnosticaram que são maiores as incidências de câncer nas proximidades de refinarias e fábricas que emitem benzeno. Elaborada por médicos do Programa de linfoma na Universidade Emory, em Atlanta, a pesquisa confirma que a incidência de linfoma não-Hodgkin (um tipo de câncer no sangue) foi significativamente maior nas áreas circundantes das instalações que lançam benzeno no ambiente natural. Dessa forma, além dos trabalhadores, as pessoas que vivem na proximidade dessas instalações correm um sério risco à saúde.

O estudo, publicado em inglês, pode ser acessado aqui.

A HISTÓRIA DE KRAPPA
Roberto Krappa trabalhou durante onze anos na refinaria sem saber que, aos poucos, seu organismo estava sendo contaminado por uma substância altamente cancerígena. Silenciosa, a doença o separou da esposa e de seus dois filhos num intervalo de apenas 22 dias. Sua história se tornou o símbolo da categoria na luta contra a postura negligente da Petrobrás em relação aos petroleiros contaminados por benzeno.

Assista ao vídeo sobre o ato na RPBC

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